Souza Leão
Entrando na padaria mais famosa da cidade, a jovem segue direto para aquela prateleira. Escolhe o ‘dito’, depois acrescenta outros itens da lista e segue para o caixa. De cara fechada, fala para a mocinha que de forma automática e impessoal, passa cada item; a cliente percebe que a mocinha estava cumprindo sua função: a de registrar, embalar e receber em espécie o que saía do estabelecimento.
- isso não presta.
A mocinha, um pouco surpresa, mas desejosa de ser fiel à empresa que lhe acolhera, responde sem pestanejar:
- Se não presta, porque leva?
A jovem cliente, dando um riso maroto, surpreende-a com a resposta:
- Não presta porque a gente não resiste...
Baixando mais a voz, acrescenta:
- Caindo em tentação.
Só então, a mocinha dá um sorriso conciliador, compreendendo a ‘crítica’: é que o bolo Souza Leão era uma delícia, e por isso, ninguém resistia...