EU NÃO COMI A VOVOZINHA

Eu não comi a vovozinha.

Juro que não!

Juro por tudo quanto é mais sagrado que não cometi esse crime.

Sou inocente!

A acusação que pesa contra mim é infundada.

Tudo o que aconteceu foi parte de um plano para me desmoralizar diante da opinião pública.

Nunca fui um lobo mal.

Sempre fui um lobo bom.

Perdi as contas de quantas vezes protegi a chapeuzinho vermelho no caminho da sua casa para a casa da vovó.

Sempre cuidei dela, como cuidei de meus filhos, lindos filhos por sinal.

Depois de anos de injustiça, resolvi não mais me calar e declaro:

Sou inocente!

Completamente inocente.

Definitivamente, inocente.

Meu calvário começou às vésperas da eleição para rei da floresta.

Tudo ia muito bem, a disputa não estava lá muito acirrada, afinal, o leão havia perdido muitos votos, principalmente, pelo modo arrogante que tratava os eleitores, e eu estava muito bem nas pesquisas, tão bem que era bem provável minha eleição no primeiro turno.

De repente comecei a ser acusado das maiores atrocidades.

Começaram a surgir relatos sobre meu suposto mau caratismo.

Começaram a me acusar de desonesto, de violento e do que é pior, de assassino.

Acusações que terminaram no suposto ataque contra vovozinha, atribuído a mim.

Mas, repito: Eu não comi a vovozinha.

A cicatriz que tenho na minha barriga foi resultado de uma operação de vesícula mal sucedida.

Esta história de que um caçador abriu minha barriga para retirar a velhinha quase morta é pura balela, conversa para boi dormir, intriga da oposição, que, sentindo-se ameaçada resolveu denegrir minha imagem, destruindo-a completamente e por conseqüência, ganhar a eleição para rei da floresta.

O que aconteceu.

Sem mais,

Lobo mau... Quero dizer lobo bom.

Marc Souz
Enviado por Marc Souz em 14/10/2010
Código do texto: T2555661
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