Não deu pra entender!
Não deu pra entender!
Acordei sobressaltado
Tudo parece diferente
Uma indiferença estampada
No rosto de toda gente
A empregada me ignorou
A mesa não estava posta
O papagaio, o hino nacional não cantou
Nem o cachorro me fez festa
Cumprimentei o vizinho
Este nada me respondeu
O jornaleiro passou caladinho
Que diabos! Quem sou eu?
Com vinte anos apenas
Quando me olhei no espelho
De mim até tive pena...
A cara, era de um escaravelho
O pior aconteceu
Lá na repartição
O chefe não me reconheceu
Amigos não me deram a mão
No banco o cartão foi recusado
Não cometi nenhum agravo
Pra ser assim condenado
Por todos ignorado
O que será que acontece
E em que mundo estou?
Se ninguém me reconhece
Quem será que eu sou?
Diná Fernandes