CRIANÇA É RADAR!

O fato que descreverei aqui neste texto, ocorreu com meus conhecidos da área da educação infantil.

Trabalhar com a primeira infância requer uma atenção redobrada para lidar com o fantástico magnetismo que as crianças possuem, para perceberem e descreverem o derredor muitas vezes mais naturalmente que os próprios técnicos da área.

Achei interessante o ocorrido e resolvi relatá-lo, com nomes fictícios.

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O dia apenas começava naquela pequena escolinha de bairro simples da capital de São Paulo, quando Paulinho, um garoto de seis anos engatou o seguinte diálogo com a professora, que já havia percebido que o menino falava tudo no diminutivo:

-Tia Jô, hoje esqueci meu lanchinho...

-"Home" tem que falar "lanche" pô!, minha mãe já me disse isso!- bronqueou- o menino Carlos, da mesma idade, sentado ao seu lado.

-Não faz mal Paulinho, a gente arruma outro para você- contemporizou a professora.

-Tia Jô, quebrou a pontinha do meu lapizinho, você aponta ele pra mim?

-"Home" fala "ponta de lápis" -retrucou o Carlos novamente, bastante impaciente.

E a classe se agitava.

-Tia Jô, posso fazer xixizinho, tô apertadinho...

Antes que a classe desse sinais de mais agitação a professora meio preocupada resolveu dar um aumento nos tais diminutivos :

-Paulo, porque você gosta tanto de diminuir o tamanho das coisas?

Antes que ele respondesse, prontamente uma criança lá de trás gritou:

-É porque ele é "bichinha" tia, não tá vendo? -tem que respeitar!