Anedotas de minha vida...
Morei num quarto de pensão com um amigo empregado das Casas Pernanbucanas, quando ele chegava da rua ou do serviço estava sempre estudando e ele gostava de contar anedotas, as vezes repetidas, mas prendiam-me a atenção e achava sempre cheias de humor, nesse momento lembrei-me das seguintes:
Era sexta-feira Santa e uma pessoa que morava na pequena cidade e andava bêbado na rua as pessoas protestavam pela sua atitude desrespeitosa a morte de Cristo. (¹) Ele parou de modo a quem queria ouvir uma música(¹) e respondeu: quando o Pai da natureza sofre a humanidade cambaleia. (¹)(Pe. Manoel Bernardes – Nova Floresta III vol.)
Num momento de revolta inconformado com a vida ele chamava em alto som Pedro, – eu tinha muita vontade de conversar com Jesus Cristo, nos dois sentados de frente, para ele me explicasse porque morreu com 33 anos e eu estou com 35 anos sofrendo as amarguras da vida.
Ele contou que numa roça de arroz os periquitos começaram a comer o arroz com grave prejuízo e um menino chamado Tibiriçá, levando ao conhecimento do pai o prejuízo que os periquitos estavam causando, resolveu colocar um espantalho no meio da roça, que trouxe bom resultado, mas com as chuvas fortes o espantalho foi arrastado pela correnteza deixando a uma grande distância da roça. Os caçadores nas suas caminhadas na região encontraram o espantalho. Causou uma grande admiração, considerando que o boneco estava tão perfeito parecendo uma pessoa, admitiram que se tratava de um Santo deixado nas matas e imediatamente foram ao povoado e levaram o fato ao conhecimento do Padre, este comparecendo com eles no local confirmou é um Santo e foram providenciar a limpeza do local fizeram capela abriram estrada até o povoado e anunciaram a aparição do Santo, essa circunstância movimentou a região, pessoas fazendo promessas e o movimento dos arraias. É que o menino adoeceu com uma febre muito grave e o pai fez uma promessa com o Santo novo já bem conhecido na região e o menino ficou curado e o pai houve por bem pagar a promessa e levou o filho, chegando lá muita gente, capela cheia e muitos foguetes era um dia de comemoração, o filho aproximou-se bem do Santo e chamou a atenção do pai que o Santo era o espantalho da roça. O pai o repreendeu e continuou a rezar e o menino observando o santo foi perto olhou e retornou ao pai e este foi vê-lo de perto e reconheceu que era o espantalho. Resolveu retornar para casa com o filho em silencio.