ZÉ GOIABA ENCONTRA O CROCODILO.

ZÉ GOIABA ENCONTRA O CROCODILO.

Antonio tinha ficado ate tarde na casa de Zé goiaba, ouvindo seus contos extraordinários e feitos heróicos.

Apesar de ninguém acreditar em nada do que ele dizia, todos iam a sua casa e ficavam maravilhados com a narrativa. Como sempre, e essa noite faz parte do sempre não foi diferente. Ele atiçou a fogueira que liberou varias estrelinhas dando um efeito pirotécnico, tomou mais um gole e deu um grande hum e começou.

Foi numa noite assim, como essa de hoje, ou talvez um pouco mais fria sei lá.

Que eu voltava de uma missa encomendada pela morte de Virgilio Gusmão que morreu de morte matada por uma onça que o comeu enquanto ele discomia tranqüilo num matinho. Que esse caso se deu, foi assim.

A noite já ia longe, a lua quase que não alumiava. Eu ia sozinho ou quase. Sentia que alguém me seguia, ouvi passos que pareciam ecos dos meus e ate talvez fossem.

Os grilos disputavam com as cigarras quem cantava mais alto. Em minha mente ainda remoia as palavras do velho padre sobre Virgilio, incrível como depois de morto se vira santo. O cabra era da pior espécie, mau caráter de tudo. e no sermão do padre virara um cordeirinho.

Bem não sei se disse mais se disse vou repetir eu tava só.

Mais de repente percebi que não estava mais só, havia alguém comigo o cabra estava todo de branco ate seu chapéu era branco. E disse__BAS NOITE.

__Bas noite respondi.

__Hoje ta frio. continuou puxando conversa.

__È! respondi por responder, num gosto de falar com estranhos. Ainda mais àquela hora da noite. pois já era meia noite, sabia por que ao longe ouvi o sino da igreja repicar doze vezes.

Agora lembro bem, ouve um uivo e um miado de onça. depois tudo silenciou. Nem grilo, nem cigarra uivo ou miado. Só um silencio perturbador. o cabra continuou a puxar conversa.___Zé goiaba!Disse ele. tu é muito corajoso cabra, andar a essa hora da noite e sozinho. isso é admirável.

__Você me conhece? Perguntei olhando bem pro cabra.

___Oras, você se subestima. Pois eu digo que não existe homem vivo ou morto. (disse isso apontando pra si mesmo) que não conheça Zé goiaba.

__Estou em desvantagem. Disse. Você me conhece, mais qual a sua graça?

__Ah, não se preocupe quanto a isso, tenho vários nomes. Com certeza você conhece um deles.

__Bem, então foi bom te conhecer, o prazer foi to seu, inte mais.

__Pra que tanta pressa. vim de tão longe, só pra te conhecer.

__Pois já conheceu, ao vivo e a cores. agora vá de reto, descanse em paz.

__Não posso, tenho de ouvir pelo menos uma de suas estórias. Ah vai, vim de tão longe.

__Aqui? Há essa hora. não to com cabeça, acabo de vir da igreja a missa do......

__ Virgilio Gusmão, eu sei o cabra mora lá agora. Falou muito de você. Tanto que vim pessoalmente te conhecer. ouça esta tudo em silencio, acho que não é só eu que esta querendo ouvir sua estória. te prometo que assim que terminar eu me vou.

__ Ta bom, esse caso se deu lá pras banda de minas gerais onde fui passar férias a convite do compadre Jiló de zefinha, filho de Zequinha com marianinha.

Cheguei em época de pescaria, nunca fui bom pescador num sabe, mais nunca rejeito um convite. Principalmente quando vejo muitas garrafas. E rapaz como tinha.

Todo tipo de bebida. (não sei bebe seu cujo, ah não. faz bem.) mais quero deixar claro que a bebida não tem haver com o caso. levamos também farinha, jabá, frango, pão e não podia faltar rapadura pra adoçar o café ou as palavras.

Jiló tratou de esvaziar sozinha uma garrafa de cana. E como o caminho ate o rio era longo, o jogamos no lombo do burro. então lá fomos jiló com a quatro rodas travada,

Mariano o dono do burro e eu.

Mariano tinha pavor de água com muito custo tomava banho e cheirava pior que o burro. Sua cabeça parecia céu de aeroporto, com mosca sobrevoando a espera de pousar.

Eu então pra puxar conversa, essas coisas bobas que se faz pra passar o tempo perguntei se as moscas não incomodavam, e ele respondeu que já se acostumara. mais de vez em quando as espantava, usando o cachimbo. e pior, quis me mostrar como. encheu bem o cachimbo acendeu e deu uma baforada.(seu cujo fuma ? não, ainda bem .) o fumo de mariano ganhava da tal bomba química. Não espantava só as moscas, num ficou um bicho por perto. Fiquei verde num sabe. a fumaça era tão forte que ensebou meu cabelo. (se o senhor der uma cheirada agora, acho que ainda tem um pouco do cheiro ó.)

O resto da viagem transcorreu tranqüilo, num fui picado uma vez por muriçoca. Ao chegar ao rio já ia anoitecendo mariano aliviou o burro (do peso é claro.). jiló continuava em coma alcoólico.

Montamos acampamento, fizemos uma fogueira e contamos alguns causos pra passar o tempo. regados a muita cachaça logo adormecemos, ao acordarmos descobrimos que jiló havia acordado e trincado de novo. mariano preparou o barco para pesca e jurou por todos os santos que não iria de jeito nenhum. ajeitou jiló num canto junto com as varas de pescar e as iscas a serem usadas.__Vamos mariano.disse eu. num tenho experiência sou um caçador, nunca pesquei e veja o estado do jiló, acho que hoje num acorda. tanto falei e reclamei que mariano decidiu me acompanhar,e enquanto eu remava alguns pingos iam em em sua direção.ele então se encolhia todo depois se benzia._Valei-me meu são Pedrinho das águas barrentas.

Eu ria, achava graça da simplicidade de mariano.

De repente mariano se benzeu mais rápido e gaguejou croco,croco,croco.

__Que foi mariano ,engasgou com a língua?

__CROCODILO........................!

(__Espera ai,Zé.em minas não tem crocodilo.

__Eu sei, agora vá dizer isso lá pro bicho.)

Intonse num sabe,se mariano queria passar despercebido pelo bicho fez tudo errado.pois com o grito ele tomou conhecimento do barco.e pior veio em nossa direção.mariano teve um ataque de asma.__Ãããããããããã........ãh,ãhhh.

agora foi eu que disse___Valei-me meu são Noé, são Francisco e todos os protetores dos bichos.eu nunca tinha visto algo tão assustador,se eu não fosse um sujeito de fibra cabra macho do nordeste.teria ficado igual mariano todo borrado.mais num sou home disso num sabe.o crocodilo parecia turbinado, seu rabo era como uma hélice e sua cabeça balançava como quem dizia COMIIIIIDA.somente jiló estava tranqüilo dormia com os anjos fazia ate dó acorda lo,mais se não acordou com o escândalo de mariano não acordaria mais.

O bicho parecia que não comia há tempos e foi rasgando o barco como se esse fora de papel e a cada mordida mais gritos de mariano.eu batia nele com os remos e parece que ele ria.acho que gostava de brincar com a comida.mais o certo é que ele queria mariano,o mais gordinho e nem deu muita atenção a minha presença ou a de jiló ele queria mariano.e mariano sabia disso.o bicho passou por mim e abriu a boca para morde lo .mariano não teve duvida jogou jiló pro bicho que o engoliu sem lacrimejar._NAAAAAAO !!!!!!!!!!gritei.

O bicho então ficou tonto ,o jiló tinha bebido tanto álcool que embriagou o crocodilo.

Mariano estava agora em choque jogara o amigo jiló e jogaria a mim também se o crocodilo não estivesse agora cambaleando de bêbado e caiu do barco.afundou feito pedra.

__To vivo ,Ulf.ai meu Deus jiló ,que foi que eu fiz.Seu Zé ajuda Zé ,faz alguma coisa!

Num pensei duas vezes coloquei uma faca entre os dentes e mergulhei.

Mesmo debaixo d’água ainda ouvia os lamentos de mariano.fiquei mais de uma hora (ou mais.) submerso lutando com o bicho.

(__mais de uma hora debaixo d’água e não morreu?)

__Claro que não,num to aqui.

__E jiló,esse morreu certo.

__Oxente ,sou homem de perder trouxe o cabra vivo e mais voltou com um par de botas ,cinto e uma bolsa a tira colo .