Com versos, também se conversa.

 

São Paulo, 12 de agosto de 2010

 

__ Olá, como vai?

De filho da mãe eu também virei pai, e você?

Já virou o quê?

 

__ Oiiiii, eu não. Continuo irmão.

Sou sobrinho daquela tia, lembra? A sofia?!

A mãe da Maria.

 

__ Ah, e ela, está bem?

Tá nada, coitada! Vai ter neném...

E nem sabe de quem.

 

__ Por que coitada? Os bebês nos são bençãos!

__ Ééééé... Se souber de quem são!

Mas, ninguém tem noção!

 

__  Que coisa rapaz!!!

Como é que vai ser? E o que a gente faz?

__ E o que dá pra fazer?!

 

__ Sei lá, talvez evitar estender este assunto da Má.

Pode se chatear. Eu mesmo fiquei chateado.

__ Quem será o safado?

 

__ Safado?! Não foi combinado?

Então é caso de polícia!!! Sem amor!

Que injustiça!!!

 

__ Bom, também não sei, o resto eu não escutei.

__ Que resto? A história não é toda esta?!

Rapaz... tá esticando a conversa?!

 

__ Sabe o que é, eu estava passando e ouvi do Seu Zé!

O que era sapateiro e virou sorveteiro.

__ Mas ele é um tremendo fofoqueiro!!!

 

__ Pois foi dele que eu ouvi, e depois não esqueci.

Não tinha o que conversar, falei por falar.

É só você não espalhar, tá?!

__ Tá.

 

__ Então vou indo, disse pra tia que tava subindo.

Tchau! Vê lá se não põe no jornal, hein!

__ Ôôô... Nemmm.

 

 

 

__ Olá, como vai???

Sabia que a Maria vai ser mãe, e não se sabe do pai?

E o mais chato é o pudor,  porque foi sem amor!!!

 

__ Eu vou muito bem! Cuidando como ninguém

Da minha própria vida!

Quanto a você, segue meu exemplo

Antes que alguém lhe agrida.

 

__ Desculpe, mas eu vou pra lá. Tá???

 

 

__ Vá mesmo, e não esqueça de se cuidar!

Fofoca não se apaga, mas o fofoqueiro...

Esse dá pra apagar!

 

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Luciano Mendes
Enviado por Luciano Mendes em 12/08/2010
Reeditado em 02/06/2011
Código do texto: T2434572
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