DA LOTERIA À PERDA DO EGO - 14 versos
Acertei na loteria
E ganhei certo penhor,
Mas quando fui receber
Era fração de valor
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Vi uma cobra no quintal
Com um caroço no papo,
Percebi que na cozinha
Faltava o pinto de um saco!
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Para falar de mulher
Eu digo sem muita pressa
Bem viviam os homens antigos
Que tinham delas à beça!
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Quando uma mulher fala
O homem tem que calar,
Pois ela é uma cartomante
Que faz o mesmo babar!
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Das roupas da minha amada
Que vejo em seu varal,
A que me chama a atenção
É mesmo seu avental!
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Descuidei-me certo dia
Com meu carro ao estacionar,
Esqueci o freio de mão
Ele começou a rodar,
Quando percebi aquilo
Eu corri para freá-lo
Mas o danado só parou
Em um poste ao encontrá-lo!
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Para alegrar minha amada
Senti de dar-lhe um presente
Em razão de eu ser dentista
Dei-lhe uma coleção de dentes
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Procurei um certo amigo
Pra me emprestar um valor,
Mas tive que cavar o chão
Num lugar que tive amor!
Pois assim que o real
Não teve mais inflação,
Ele passou a guardá-lo
Sob meu pé de limão!
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Dei adeus à minha terra
Por desprezo do meu bem,
Mas tive que lá voltar
Para vender o meu arem!
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Eu armei uma barraca,
Sob uma árvore frondosa,
Suas flores eram belas
Tinham aparência de rosas
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Das lutas da minha vida
Teve uma atrapalhada,
Quando capotei um carro
Numa curva da estrada,
Até hoje não entendo
Como o fato aconteceu,
Só sei que no acidente
O meu ego faleceu!
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