Finalmente, Cabecinha se formara em odontologia. Montar seu consultório foi muito fácil. Comprou todos os equipamentos para pagar em 48 meses, enquanto que aproveitando das dependências da casa onde morava, instalou seu gabinete com muito conforto.

            Esta história aqui é contada nas rodas de domínio público e quanto mais a escuto ou leio maior é minha risada. Ele estava conseguindo uma freguesia enorme, fruto de sua competência e dos seus preços, que eram suportáveis pela população.

            Até que num dia um sujeito do lugar, metido a bonito, se engraçara da mulher dele e ficara insistentemente tentando a cabeça da senhora, que já não mais aguentava tanta pressão.

            Resolvida, contou tudo ao Cabecinha. – Tem nada não minha filha, dissera ele; marque um encontro com esse rapaz. – Mas onde que seria? – Aqui mesmo na nossa casa, deixe comigo. – Qual é o seu plano? – Vou inventar uma viagem justamente no dia em que ele vier; quando eu bater na porta você já sabe que sou eu e logo o esconde ali naquele couro de tigre. – Pois tá certo, respondera.

            Acertados os ponteiros para o encontro, o tal sujeito espalhou por toda a rua que iria ter com a esposa do dentista, de sorte que no exato dia toda a corriola fosse para frente da casa do Cabecinha para zoar da situação.

            Dito e feito. Toca a campainha. Dona menina, de camisola fininha, vem atender e manda logo o gostosão entrar. – Pois não, entre, fique à vontade, eu já o estava esperando doidinha de tesão. – Que bom isso é uma maravilha, e foi logo se encostando nela... Uma batida na porta, como combinado... Pronto é o meu marido, minha Nossa Senhora... venha cá, vista esse couro de tigre aqui que dá certinho no senhor...

            -- Poxa, cansado pra danado, alguma novidade querida? – Não, hoje não apareceu cliente algum, parece que todos sabiam de sua viagem. – Tá bom, vá preparar um lanche pra mim que hoje eu vou ter muita fome. Olhou de lado e viu o tigre todo montado... É hoje, dissera consigo mesmo!

            Abriu o ri-ri que era mesmo no fundo do animal, aprumou direitinho, e mandou brasa;             transou uma, duas, três vezes, envernizou... Quando se preparava para a quarta, eis que o tigre se desvencilha da roupa e sai falando: “Vai gostar de bunda de tigre na casa da puta que o pariu”... Abriu a porta e deu na rua. A turma, que estava esperando a bronca, falou: “Tá comendo, não é cara!”. E ele: “As putas que os pariu, filhos da puta”, e saiu correndo como doido com o bumbum todo assado.

            Aproveitando que a mulher estava de camisola, sem calcinha, ele foi lanchar...

Em revisão.