MUMOR – Na bodega (II)

 

            Tudo se passou na conhecida bodega do português José Joaquim, comerciante por demais conhecido na cidade do Cabecinha, aliás, ele morava bem juntinho ao estabelecimento comercial.

            Isso ocorreu ainda naquela fase de se comprar fiado na caderneta, e o pai do Cabeça era cliente antigo, merecia fé, seu Joaquim nele confiava cegamente, nunca atrasara pagamento algum. Sabem que ainda praticam essa forma de negociar nas pequenas vilas e lugarejos!

            Pois bem, pela manhã, na hora do café, faltaram ovos na casa do Cabecinha, e esse alimento não poderia deixar de existir na despensa de nenhuma família. Imediatamente seu pai o mandou à bodega comprar uma dúzia deles: -- Compre dos grandes, ordenara. – Sim senhor, meu pai.

            Da casa à mercearia foi um pulo. Quando ele chegava o senhor Joaquim tinha medo dos palavrões que dizia, daí sempre o atendia na frente de todo mundo. – Seu Joaquim, meu pai mandou buscar uma dúzia de ovos de galinha, mas dos grandes. – Que pena, meu rapaz, está em falta. – Mas deveria ter, falara o comprador. -- De viria tem, respondera o português...

            Bodega cheia, movimentada, a canalhada morreu de rir. É o que conta o mundo do domínio público.

 

Em revisão.

ansilgus
Enviado por ansilgus em 24/07/2010
Reeditado em 24/07/2010
Código do texto: T2396621
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