Ria se puder

            Cabecinha tinha a mania de todas as manhãs caminhar à beira da praia, chovesse ou fosse dia de sol. Geralmente, no meio do percurso coincidia com aquela dorzinha na barriga, a vontade de evacuar... A matutina, digamos assim. Parecia um relógio, era batata, já se acostumara... Fazer o quê!

            Certa vez ele amanhecera meio indisposto, havia comido tira gosto de camarão ao azeite de coco de babaçu, regado a umas cervejinhas geladas, e fora dormir meio empanzinado, muitos gases. Mas das caminhadas não abria mão de maneira alguma.

            Pois bem, todas as vezes que a barriga dava sinais da necessidade de alívio, ele se utilizava da beira da praia para fazer o serviço, e aparecia um siri que consumia tudo, já se tornara freguês, conhecido; o siri era um espécime enorme da cor azul, um “patola” como se diz na linguagem dos pescadores.

            Ocorre que num determinado dia, com a barriga desarranjada, as fezes saíram raleadas, mas o velho siri já conhecia a origem... E viera na certa; quando já ia chegando resolveu dar meia volta... Cabecinha atento falara: “Ei cara não vai querer nada hoje, está de barriga cheia”? -- Calma seu Cabecinha, vou buscar a colher porque hoje é sopa, respondera o crustáceo!

            É o que se ouve nas rodas de domínio público...

Em revisão.