HUMOR – Na casa paroquial!

 

            Depois que Cabecinha participou de um seminário na capital do Estado, onde conhecera a irmã Patrícia, linda de morrer, uma verdadeira beldade, retornou a sua paróquia, agora mais bem informado de todas as orientações provindas dos superiores.

            De tanto insistir, aquela freira não resistira e encaminhou seu pedido de transferência para um colégio que existia na cidade onde Cabecinha era o salvador das almas.

            Não demorou muito. A remoção daquela deusa havia sido concedida sem problema algum. Da ocorrência ela logo avisou ao seu querido pastor, que foi se movimentando na cidade, a fim de que ela pudesse receber bom tratamento da diretoria da instituição.

            Contam as más línguas do domínio público, aqui com minhas palavras, que fizeram uma excelente recepção para a nova instrutora da escola, que também ficara incumbida de cuidar da igreja e da casa anexa, onde residia o pároco.

            De vez em quando, ela arranjava um jeito de desviar-se do rumo e pernoitar na casa do sacerdote que, afinal, era vizinha ao colégio e isso trazia as maiores facilidades de uns sarros amorosos. Ela possuía todas as qualidades de uma senhora dona de casa, pela manhã recebia o leite, fazia o café bem reforçado e depois retornava às atividades normais.

            Uma das beatas, ciumenta como os seiscentos diachos, resolvera escrever ao bispo na capital dando conta daquela irregularidade. Alegou que se a cidade viesse saber dessa ocorrência sujaria o nome da igreja, e isso não seria bom, haja vista o que já se tem falado ultimamente.

            Pois bem, o responsável pela igreja no âmbito estadual programara uma viagem à cidade do Cabecinha sem nada avisá-lo, de supetão, a fim de pegá-lo de calças curtas, com a mão na massa digamos assim. Pra ninguém desconfiar, pegara o ônibus do horário, a sopa, como se falava antigamente, e chegara justamente na hora do jantar ao seu destino.

            Muito bem recebido, claro na maior surpresa, participou do jantar, e depois se puseram a conversar amenidades. Mais tarde o bispo tomara um banho e resolveu dormir, daí haver pedido ao Cabecinha que lhe mostrasse seus aposentos. – Senhor Bispo, aqui só existe mesmo um quarto, onde durmo, mas a cama é larga e cabe muito bem nós dois, pois afinal é apenas uma noite! – Tudo bem, meu vigário, que assim seja.

            Sobre o namorico dele com a freira nada fora perguntado, deixaria pro dia seguinte. Finalmente o sono dominara aqueles dois santos, que dormiram como nunca, cansados que estavam de tanto trabalhar as ovelhas pecadoras de suas regiões.

            Por volta das cinco horas da manhã, eis que o leiteiro chega ao portão e grita: “Olha o leite, olha o leite”, isso repetiu umas quatro a cinco vezes. Na última, o padre Cabecinha sem desconfiar de nada, sem ligar coisa com coisa, bateu nas costas do bispo e dissera: “Patrícia, o leiteiro chegou, menina, vai apanhar o leite”...

            Pela manhã, tomaram café, o bispo foi embora sem dizer a que tinha ido... Dias depois chegava à igreja uma carta de remoção do danado do Cabecinha para a mais longínqua cidade do estado, enquanto a irmã fora promovida a secretária do bispado...

 

Em revisão.

ansilgus
Enviado por ansilgus em 04/07/2010
Código do texto: T2357210
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