Pode parecer esnobe para um cearense do sertão, mas em outubro de 1997, eu conheci Paris. A cidade me encantou com sua história, cultura e beleza. Contudo, como o mundo não falava noutro assunto, eu também desejava ver o local exato onde ocorrera o fatídico acidente que dias antes vitimara a carismática Princesa Diana.

       Em uma tarde livre da excursão me informei com o recepcionista do hotel como fazer para chegar ao túnel onde morreu Lady Di e seu namorado milionário. Ele me apresentou um mapa com as diversas linhas de metrô e me disse que descesse na Estação D’Alma, bem próximo ao túnel de mesmo nome, onde ocorreu o sinistro.

       Com o mapa na mão e uns francos* no bolso tomei o metrô da  “Cidade Luz”. Ao chegar à estação indicada, desceu apenas um casal que saiu na frente. Eu segui atrás e vi quando o rapaz e a moça cruzaram tranquilamente a porta.

       Na minha vez de passar fiquei bloqueado na saída da estação. Procurei a maçaneta e não a encontrei. Tentei empurrar com o ombro, porém a porta nem se moveu. Por alguns minutos fiquei sem saber o que fazer. Pensei em retornar ao desembarque e buscar outro caminho, mas vi que havia uma câmera apontada para mim. Se voltasse, a segurança do local desconfiaria de uma invasão ao metrô. 


       Já estava me batendo um desespero quando vi o contorno de uma mão riscado na porta. Encostei minha mão sobre o desenho e as duas bandas da porta se abriram de repente. 

        Ufa! Só assim o matuto cearense foi solto e pude finalmente ver de perto e chorar no exato local onde a eterna princesa britânica faleceu.

 

(imagem Google)