POLIGIÃO X RELÍTICA (Misturando tudo).
POLIGIÃO X RELÍTICA (Misturando tudo).
(Autor: Antonio Brás Constante)
Para muitos a política e a religião são coisas distintas. Mas em alguns aspectos elas são extremamente similares. Se fossem misturadas de uma forma surreal dariam origem a uma poligião ou quem sabe a uma relítica. Nos dois casos, pedem que se acredite em suas palavras.
Apresentam-se como as melhores escolhas para sua vida, e muitas vezes sugerem que os concorrentes são diabólicos e mentirosos. Do mesmo modo que existem várias religiões, também existem vários partidos. Tem para todos os gostos. Dos mais conservadores aos mais liberais. Suas verdades são sempre incontestáveis, mesmo que apareçam provas cientificas ou públicas contra si.
No caso da religião, Deus se destaca por ser um candidato com uma espécie de mandato eterno (pois foi “Ele” que fundou o partido, os eleitores, o universo, etc). Fato que inviabiliza qualquer tentativa de nova eleição (direta ou indireta). Porém, se “Ele” precisasse de um slogan, poderia utilizar algo como: “Me elejam ou vão para o inferno”, o que seria verdade porque todos sabem que Deus nunca mente.
Nestas comparações, os padres, sacerdotes, pastores e assemelhados, seriam um tipo de CC (Cargo de Confiança), a serviço do além. Atuariam sem necessidade de voto, bastando comprovarem que estão engajados com as idéias e ideais daquele grupo. Já os santos, teriam de ser eleitos, pois como senadores do céu, seus cargos celestiais precisariam de aprovação e crença da população para que pudessem acontecer.
Ambas as estruturas são antiguíssimas. Procuram arrebanhar seguidores prometendo um paraíso aos que entregarem sua alma ou seu voto a eles. Pregam que são honestas e verdadeiras, que agem em prol do bem comum e que todas as pessoas serão tratadas com a mesma igualdade por elas, pois atuam para todos. Não favorecendo este ou aquele indivíduo.
Nós sabemos que na política isto não acontece. Existem favorecimentos ilícitos em todas as áreas, bastando que o favorecido retribua estes “préstimos” com alguma contribuição pomposa, para ter um tratamento especial e diferenciado.
Para muitos isto também pode ocorrer na religião. Onde as promessas recheadas de rezas fervorosas são muitas vezes utilizadas para se obter de um determinado santo, alguma graça que se quer alcançar. Ou quem sabe até um singelo milagre, beneficiando o bom fiel. Permitindo-lhe também um certo “tratamento especial”.
Caso o devoto alcance a tal graça através de seu santo preferido, poderíamos supor que o pagamento da promessa para o seu “padrinho celestial” seria comparável ao pagamento de uma propina, cheia de boas intenções, mais ainda assim uma propina. Pois sem ela, quem garantiria que algo milagroso seria feito?
Não podemos esquecer dos pecados, que são falhas de todos os tipos, gêneros e graus. São efetuados pelo homem (e pela mulher), mas dispõe de um atenuante, onde se diz que errar é humano, ou seja, algo passível de ser perdoado, já que é inerente a própria pessoa. Porém, para que o indivíduo possa buscar perdão para sua culpa precisa executar alguma penitência. Assim como fez um certo político há algum tempo atrás, que entrou em greve de fome para tentar expiar seus erros, punindo o próprio corpo, ao invés de tentar limpá-los da consciência, buscando corrigir ou mesmo assumir o que fez.
Enfim, afora estas poucas analogias, não devemos imaginar que haja muito mais similaridades entre as religiões e a política. A não ser talvez o fato de que as duas provêm da mesma origem, pois ambas são frutos do próprio homem.
SITES: www.abrasc.pop.com.br e www.recantodasletras.com.br/autores/abrasc)
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