HUMOR – No salão de danças!

 

            Houve tempo em que os clubes sociais promoviam, pelo menos uma vez por mês, bailes, boates e aquele tipo “assustado”, que todo mundo já sabia, em seus salões, sempre muito bem frequentados. Depois, isso foi decrescendo, caindo, perdendo os atrativos, de sorte que é muito difícil um acontecimento desses nos dias atuais.  Ainda existem os famosos bailes de formatura, claro.

            O problema reside justamente na falta de segurança a que o nosso povo está submetido, pois tanto pode ser assaltado ao sair da festa como perder seu precioso automóvel para os donos do alheio. Muitas vezes é o próprio sujeito que diz ficar tomando conta que facilita a roubalheira.

            Feita esse digressão, vamos ao assunto propriamente dito, mas fica logo aqui registrado que não se trata de criação do escritor, simplesmente uma história de domínio público:

            Num desses bailes a que nos referimos, em um clube aqui do subúrbio do Recife, Cabecinha, um rapaz sempre adulado pelas donzelas, animado que estava, depois de tomar umas doses de uísque, mirou a moça mais linda da festa e foi tirá-la pra dançar. Uma apanha e uma entrega, a lindona aceitou muito sorridente.

            O cabra só sabia dançar coladinho, pois um aproveitador de primeira qualidade, especialista que era em tirar sarro, mas o negócio é que as meninas adoravam aqueles momentos felizes que passavam sob o domínio daquele dançarino bom na gafieira.

            Pois bem, o casal estava animado que nem pensavam em descansar, notadamente porque o Cabecinha ouriçado estava e há muito tempo. Danado é que chegara a hora de a arquestra fazer uma pausa para o lanche dos músicos, mas isso ocorrera assim repentinamente, pegando o danado de surpresa. Pior foi que na hora da paralisação, simulaneamente acenderam todas as luzes do salão e do entorno.

            Prontamente ele soltara a dama e assim com o corpo meio dobrado pra frente, começou a bater palmas, fazendo de tudo para que a plateia não visse algo estranho, ou melhor, a saliência de sua calça. Vendo que o pianista havia saído, ele prontamente se sentara no banco do músico. – Ai que alívio, dissera baixinho a si próprio.

            Nisso, o público presente, achando que a orquestra estava demorando, começa a pedir: “Toca... toca... toca...”. – Não posso, não sei, não entendo de piano, aqui não dá minha gente! – Toca, vai, não enrola, toca, toca; quero meu dinheiro de volta...

            -- Mas vocês querem mesmo que eu toque? – Toca, toca logo, vai cara, deixa de brincadeira. – Bem, depois não me reclamem, eu avisei... Armado que já estava, foi só puxar o instrumento e mandar brasa....

           

Em revisão.

ansilgus
Enviado por ansilgus em 11/06/2010
Código do texto: T2313854
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