O mundo animal estava em polvorosa.
Crimes terríveis estavam acontecendo e ninguém descobria o culpado.
Mortes dolorosas e misteriosas vinham dizimando os mais fracos e,só o macaco,que andava daqui pr’ali e dali prá’qui parecia desconfiar.
Mas  , era um dos elos mais fracos da corrente – como denunciar os predadores? –seria morto antes mesmo de abrir a boca.
Com a situação começando a  incomodar, o Panda,que nesse momento ,presidia o Conselho dos Animais,resolveu tomar uma providencia e reuniu os membros do conselho: o leão,o lobo,o tigre,e outros bichos menores,sem voz,nem vez,mas,que estavam li para fazer número.
Ficou acertado que,todos os animais seriam interrogados sobre seus passos e atos nos dias que antecederam os assassinatos.
Muitos passaram por ali, inclusive o macaco e a  coruja, comprovaram inocência, e foram dispensados.
Então chegou a vez do Tigre que falou:
-É da minha natureza,caçar.  Mas, o faço com lealdade,às claras,sem provocar sofrimento na vítima.
O Leão,foi o segundo a depor.Arrogante,falou:
-Sou o rei dos animais e não devo satisfações a ninguém. Caço para comer e sustentar meu clã.
Graças às minhas garras e ao meu bote certo,ninguém ousaria se opor aos meus desejos.
Então foi a vez do Lobo:
-Faço minhas as palavras do meu aliado.Devo à sua proverbial cobertura,faço o que quero.Também,não devo nem dou satisfações.
Quem não gostar que enfrente a mim e ao meu poderoso protetor.
O Panda afundou mais na cadeira,sentindo-se muito desconfortável –mas,que raio de cargo esse que lhe coube,triste posição! – e,chamou outros animais,já desanimado.
Chegou a vez do Burro.
Este , pastava tranqüilo,nem era bicho de estar nessas embaixadas,mas,foi,despreocupado.Afinal,tinha apenas os seus cascos e rabo para se defender dos inimigos e abanar as moscas.
Interpelado,confessou:
-O único crime que tenho na consciência é ter dado um coice num homem que estava me maltratando com um chicote.Ele me xingava,dizia coisas feias e me chicoteava,com prazer.
O Tribunal  parou,em suspenso.
Estava ai o culpado! O tenebroso assassino que vinha assustando a comunidade com seus zurros fora de hora.
Em poucos segundos o Burro foi condenado.
O macaco e a coruja se  entreolharam, balançaram levemente a cabeça e saíram pressurosos do local.
Assim é o mundo!
Miriam de Sales Oliveira
Enviado por Miriam de Sales Oliveira em 09/06/2010
Reeditado em 13/06/2010
Código do texto: T2309106
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