Em Várzea Alegre, no sertão cearense, não estranhe nem se espante se cruzar pela Rua com Bodin, Cu, Cuiú, Rabugento, das Cachorras, Agulha, Peixin, Baygon, Masca Fumo, Muriçoca, Fofão e muitos outros. Todos são simpáticos moradores da cidade e atendem gentilmente por esses apelidos.
Francisco Ângelo nasceu no sítio Mocotó, zona rural do município, tornou-se motorista profissional, conta hoje com cerca de sessenta anos, porém não adianta procurá-lo por seu nome de batismo e registrado em cartório. Na verdade, todos o tratam por uma diferente alcunha, fato comum nas pequenas cidades do interior do Brasil.
Quando ainda menino, de família muito humilde, após a missa do domingo Francisco Ângelo pedia esmola na calçada da igreja matriz de São Raimundo Nonato. Certo dia, um paroquiano perguntou:
- Cadê a lata para juntar as “pratas” da esmola.
O garoto Francisco Ângelo, ainda com a mão estendida, usando a curta e enrolada expressão que a partir de então substituiu seu nome, respondeu:
- Misquece.