Papo de Namorados
Ela: Você vem me ver hoje?
Ele: Hoje não. Preciso cuidar de umas coisas, dar uma organizada no meu quarto... Não venho hoje e também não venho amanhã. Amanhã tem futebol.
Ela: Vou deixar o portão aberto.
Ele: Bobagem sua.
Ela: Não seja insensível. Vou deixar aberto porque gosto de pensar que você pode, de repente, resolver vir me ver.
Ele: Mesmo eu dizendo que não venho?
Ela: Claro! Quando penso que você pode surgir de repente, eu arrumo a casa, ponho flores num copo transparente, acendo incenso, ouço música, tomo longos banhos, me depilo, lavo os cabelos demoradamente no maior capricho, faço as unhas, passo um creme gostoso no corpo, visto uma roupa bonita e confortável, borrifo meu perfume preferido e relaxo, lembrando os seus gestos mais ternos, rindo novamente de um riso que tivemos juntos e transbordando meu coração de saudades boas e confortáveis que preenchem sua ausência, também boa, porque sua ausência também pode ser você.
Ele: Nossa! Imagino sua frustração quando não apareço! Isso é estratégia para uma chantagem emocional?
Ela: Não seja bobo! Que frustração que nada! Eu me divirto com isso.
Ele: É mesmo?!
Ela: Claro! Depois de tudo isso e eu me sentindo linda e desperdiçada, saio para dar uma volta. E é aí que eu me divirto!
Ele: Hum... você vai sair hoje?
Ela: Você vai vir hoje à noite?
Ele: Não sei...
Ela: Como ninguém sabe, de repente... eu saio. De repente... não.
Ele: Vou dar uma passada.
Ela: Não venha tarde.
Ele: Não sei a que horas vou vir.
Ela: Se eu não estiver, a chave está no lugar de sempre.
Ele:Venho cedo.
Ela: Te amo!
Ele: Também te amo!