Brincando, faturei minha cunhada.
É comum nas grandes famílias, a reunião de todos os filhos para aquele almoço aos domingos. A família de minha mulher é enorme, são sete no total e todas mulheres. Cada uma mais gostosa que a outra. Eu já tinha escolhido a mais gostosa do todas, na época, que era minha mulher. Mas minha cunhada caçula, caramba, ficou um “pitelzinho de bão” e não custou muito para gavião se apoderar dela. O engraçado é que ela sempre teve um chamego gostoso comigo.
E foi num desses domingos que eu senti a falta dela no almoço. Não comentei nada com ninguém. No dia seguinte, do trabalho enviei um e-mail com o seguinte teor:
“Estivemos domingo na sua mãe, almoçamos, bebemos, contamos muitas piadas, rimos e na hora da sobremesa... cadê o musse de maracujá? Caramba, tiveram que servir melância - que, aliás, estava muito doce - mas, e o musse? Cadê a cunhadinha com a musse? Não gostei....mas voltaremos domingo.... de novo. Capitou?
Beijos,
Dmir
E a danada me respondeu nesses termos:
- Capitei não!!!! Afinal, você sabia que empregadas domésticas, ou melhor, cozinheiras, cobram por seus serviços em finais de semana e com número excedente de pessoas em um ambiente domiciliar o dobro do valor? Se tiver disposto a pagar, posso pensar no caso. Caso contrário, vá até uma padaria mais próxima e compre o seu!!!
E agora, capitou?
Beijão.
Sua cunhadinha.
Eu não queria capitar, certo? Eu queria continuar brincando e respondi o e-mail:
- Impossível, não é a mesma coisa. Só você faz gostoso. Pense, porque estou disposto.
“Capitou” agora?
Beijinhos
Dmir
Três dias seguidos, de hora em hora eu abria meu e-mail esperando resposta e.... nada.
No quarto dia, qual não foi minha surpresa, estava lá:
- Meu querido cunhado, sei que você gosta da fruta e chupa até o caroço, certo? Tenho algo especial pra você e sei que não vai querer uma vez só, vai querer repeteco. E você tem direito a repetir quantas vezes quiser. Basta ter disposição. Passe lá em casa, às 21, que nessa hora todos estão na academia. Estarei ao seu dispor.
“Será mesmo? “- pensei. E rezei para o dia acabar logo.
Do trabalho fui direto pra casa. Fiz barba e tomei um banho daqueles.
Desci os doze andares do meu prédio olhando o relógio do pulso a todo instante.
Passei na floricultura da esquina e comprei um lindo buquet de flores vermelhas e parti com o coração batendo a mil por hora.
Quando cheguei ao condomínio, olhei pra cima, em direção ao apartamento 403 e verifiquei que apenas a luz do banheiro estava acesa. O resto, tudo apagado. Tomei o elevador e quanto a porta abriu no quatro andar, o corredor também estava no escuro. Toquei a campainha três vezes e esperei. Alguns segundo depois a porta se abre e minha cunhada me recebe, enrolada em seu roupão de banho. O ambiente estava empregnado do cheirinho da fragrância “Paixão”.
Tascou dois beijinhos nas minhas bochechas e falou:
- Senta aí que vou me trocar e volto já. Agora tem o seguinte, esta brincadeira vai te custar R$ 150,00 reais. Eu gelei. “Caramba, ela vai me cobrar, isso é prostituição.....” – pensei.
Três minutos depois ela entra na sala com uma pirex na palma da mão esquerda e com o dedo da mão direita em riste:
- Eu vou te cobrar porque não foi fácil encontrar essa fruta aqui no Rio. E custou caro, sabia?
-Ah, eu trouxe essas flores pra você.... falei meio sem jeito.
- Obrigada! Vou colocar numa jarra. Come tua musse de murici. Tá gostoso porque foi eu quem fez e eu sei fazer gostoso...
- Eu sei que você faz gostoso...Posso pagar parcelado? - perguntei.
- É claro. E você pode pagar em três vezes
E foi assim que faturei minha cunhada, em três vezes.