O MERECIDO ÓCIO
Planejar o futuro para quem se aproxima do fim é inútil. O que adianta saber-se como se vai passar o tempo, se o próprio tempo está acabando?
Então o melhor é não planejar nada. Mas aí o dia se torna um tempo infindo e enfadonho, uma sopa diária em que nos vemos mergulhados,
Vai saí que resolvi passear, comer o chão com as pernas, que comecei a fazer com apetite que logo se findou com uma dor terrível nas pernas. Câimbra, meu caro. Imagina isso no coração! Infarto deve ser assim. Logo parei e voltei, aos poucos para casa.
Cismei que estava sem preparo físico, com as pernas fracas, perdendo massa muscular. Resolvi entrar para uma academia para fazer musculação. Estavas lidando com aquelas máquinas e alavancas pesadíssimas quando vislumbrei a verdade, num “insight” poderosíssimo. Gente, para fazer força desse jeito ELES É QUE DEVIAM ESTAR ME PAGANDO E NÃO EU A ELES!
Abandonei a academia e decidi que a atividade física deveria ser utilitária. O meu quintal estava cheio de folhas e de cocô de cachorro. Logo me vi varrendo o quintal fantasiando deixá-lo totalmente limpo.
Mas uma dor nas costas me fez parar. Vamos terminar amanhã.
E, quando chegar o amanhã me vejo deitado no sofá, torcendo para que chova. Afinal, nada como ver televisão de manhã. Quando estava trabalhando era o meu sonho secreto.