NEGÓCIO
Sendo negócio na etimologia a “negação do ócio”, o homem negocia é para ganhar dinheiro e ficar à toa. Para que negar então o ócio, se trabalhar não é sinônimo de ganhar dinheiro? Me parece que quanto mais se trabalha nesse mundo, menos dinheiro se ganha. Já tem até quem dissesse que o tempo gasto com trabalho é inversamente proporcional ao tempo para pensar em como ganhar dinheiro sem trabalhar. Isso sim, pode ser um grande lance. Tenho uma implicância não é com a palavra negócio, mas todos os atos de subtração que derivam dele. Inclusive transformar em oportunidade de negócio, uma satisfação que é o trabalho. Vai dizer que quem inventou o negócio é gente que gosta de trabalho construtivo, aquele que erige alguma coisa além de pilhas de barras de ouro ou de dinheiro? Hoje em dia tudo é um negócio. Viver só não é um grande negócio porque não se pode generalizar. Fala para um morador de rua, um faminto, por exemplo, que viver é um grande negócio...
Eu peguei a etimologia para explicar minha necessidade de saber também a origem das coisas que estão por trás das palavras. Lá no início da civilização, quando o homem se fixou em algum lugar da terra plantando, caçando e gerando sua prole alegre e tranqüilo, teve alguém que começou a produzir além daquilo de que necessitava e começou a oferecer em troca com um outro que tinha também produzido algum excedente. Isso foi gerando um acúmulo de bens e despertou a ambição de um terceiro. O terceiro, vivia no ócio mas pensava numa forma de ganhar alguma coisa, portanto tinha tempo de sobra para elaborar táticas e estratégias. O primeiro então precisou de se assegurar que não iria ser pilhado nem morto para ser roubado (foi quando do apareceu o latrocínio?). Aí ofereceu uma parte de seus bens como pagamento a um quarto para lhe fornecer segurança pessoal. Estavam criando os impérios. Esse quarto, que não queria encarar nenhum agressor no braço transformou sua ferramenta de corte de carne em arma branca, a famosa faca. Estavam criadas as armas de defesa pessoal. Daí para o revólver, só faltava o Marco Pólo espalhar pelo mundo a pólvora que os chineses tinham inventado. Nasceu então, o negócio das armas (a princípio clandestino e depois incorporado aos exércitos dos reis) Com a clandestinidade, nasce a fiscalização e com ela, a corrupção. De lá para cá a única coisa que fizeram foi modernizar o sistema e dar monopólio ao estado criado para proteger os que ganham muito. E a gente numa democracia escolhe quem vai ser o gestor de tudo. Negócio é isso?