O ator principiante.

Um dia, uma companhia de cultura, dessas de teatro mambembe, chegou e se estabeleceu numa cidadezinha do interior. No centro da praça montaram acampamento.

Foi um acontecimento para aquela pacata cidade.

Vivia na cidade um rapaz muito educado, com um gestual um pouco suave e delicado, pra não dizer afeminado, que se ofereceu para, também, participar do espetáculo.

Conversa daqui, conversa dali e chegaram a conclusão que o espetáculo deveria começar com a declamação de um poema. E a ele foi dado o direito de abrir o espetáculo, declamando um poema, cujo título era “ O cisne”.

Na noite de estréia a cidade toda parou para a avant-première: o prefeito e esposa, secretários de governo, o padre, delegado, juiz e até as quengas naquela noite não trabalharam e compareceram.

Texto decorado, abrem-se as cortinas, começa o espetáculo e o ator principiante:

- Distinto público, boa noite. Eu vou declamar.... eu vou declamar... – e nervoso esquecera o título do poema – eu vou declamar....

É quando, um gaiato, lá do fundo, grita:

- Declama logo ó viado!...

E ele responde:

- Viado é o cisne eu vou declamar a puta que te pariu!

Obs: essa piada me foi contada por meu primo Rutemberg.