Dando coice na baia

Filisbina tinha tanto fogu

Que só andava de saia,

Parecia égua trigueira

Dando coice na baia

U mutivo desse fogu

Era um moçu meio lerdo,

Que só pensava im pescá

O isquisitu Josimerdo.

A piriquita da menina chegava até a pular,

Ela num sabia mais o que fazia prá morde disfarçá,

Nem quano iam prá roça ele pegava nela

Prifiria andá di carroça

Du qui apagá o fogo dela.

Um dia ela arresorveu qui num ia mais deixá passá,

I tomô um banhu bem cedinhu i na baia foi isperá,

Josimerdo inocenti chego segurano a vara,

Filisbina çanhada ergueu a saia na sua cara,

U moçu assustadu nunca tinha visto uma xana,

Agarrô na carcinha dela e pregô fogu,

Labareda saino inté pela barbatana!

Filisbina se saciô,e Josimerdo de uma periquita provô,

O pobrema foi arresorvido i u episódio muitas veis repetido,

As veis num é qui num si qué fazê,

É qui num si conheci o bixu,

I tudu qui num si conheci é temidu!

Sabedoria da roça,causo real e acontecido!

Constelação Unica
Enviado por Constelação Unica em 31/05/2010
Código do texto: T2290360