UM BARATA NA BOCA

No passado os recursos para se defender dos vetores que infestavam as residências eram poucos e limitados. Muitas vezes o poder econômico da maioria da população era escasso e não dava para adquirir moveis e utensílios capaz de se proteger das pragas. Principalmente as baratas, que devido seu formato físico consegue se esconder em qualquer greta.

Em 1956 embora já houvesse melhorado de forma bem significativa; quase não havia geladeiras domesticas, as poucas que havia pertenciam aos milionários, que também não eram muitos.

Meu avô acrescido a sua capacidade autodidata era extremamente cauteloso com os amigos evitando assim colocá-los em situações constrangedoras. Alem destes atributos o velho ao que parece tinha estomago de avestruz.

Estava ele fazendo um tratamento de saúde em B.H., acompanhado pelo filho mais velho. Certa manhã se preparava para apanhar o ônibus quando ao seu lanche, antes da viagem, deparou-se com uma enorme barata dentro da leiteira, com uma colher ele a retirou. Ficou sobre a nata aquele rastro preto, talvez vomitado por ela. Meu tio o interpelou perguntando: - pai o senhor vai tomar este leite? – Vou sim que mal isto fás? – Puxa que estomago! – Olha semana passada na medição da fazenda de um amigo, pernoitando na casa dele, nos servimos um leite com farinha. Tomávamos conversando na copa, quando na primeira colherada que coloquei na boca, foi junta uma barata, eu, para não deixá-lo constrangido, a recostei no lado da boca. Tomei todo o leite, repeti um pouco, e após sai no terreiro e sem que ele percebesse, a cuspi fora, ele não viu! não me fez mal algum, estou aqui inteiro do mesmo jeito. Aquilo que não mata engorda!

Eu só de ouvir fiquei com o estomago revirando a mil por hora.