Por: Ansilgus – 23.05.2010.

            Praxedes era um cara que vivia na internet. Puta que pariu, conhecia gente demais, e namorava pra valer aquelas meninas distraídas, carentes de homem com as suas qualidades: Bonito, gostoso, cheiroso, pomposo, charmoso e tudo quanto e “oso”. Vai ser bamba assim na casa do capeta!

            Pois bem, apreciara uma jovem que se dizia linda! Tal de Diocleciana. Pediu pra que ela colocasse uma foto na conversa. -- E a sua, disse ela. – Bem, a minha eu não disponibilizo, eis que a fiscalização não deixa, meus supriores ficam em cima de mim procurando algum procedimento incorreto para me prejudicar. Sou um homem muito conhecido, daí não poder aparecer.

            Tudo bem confiara a garota. Depois de alguns meses de conversa, certamente não se enganaria. O cara era de confiança. Além do mais, a oportunidade poderia ser a última. No caritó não tinha muita escolha, e por outro lado andava mais muito necessitada... vocês entendem...

            De tanto ele insistir, marcaram um encontro. – Vou estar de calça jeans e camisa de linho branca, dissera o Praxedes. – E eu irei com uma blusa de seda, semitransparente, cor de rosa e uma saia quase justa, à altura dos joelhos, muito fofa para lhe agradar!

            Eis que chegara o dia “D”. Praxedes partira cedo, pois era pontualíssimo. Por tática, não fora com a roupa combinada. Quando chegou perto do ponto do encontro às cegas, por incrível que pareça, lá estava aquela “gata” o esperando com a mais absoluta ansiedade. – Só pode ser ela, pensara, mas será mesmo...

            Aproximara-se da musa. Notou que era chochinha, assim como uma bruxa. Cabelos esvoaçados, mal cuidados, pernas fininhas, cabeludas pra lascar, nó na garganta, seios não existiam, óculos fundo de garrafa, nariguda e banguela. Não acreditara no que via. Afinal, a foto que colocara no MSN era de uma mulher exuberante, ele até já havia se “virado” vendo-a numa posição de dar água na boca!

            Dela se aproximara. – Aqui é o ponto do ônibus da Gávea, perguntara? – Sei não “sinhô”, com a boca bem na cara dele. – Peidaram, falara o Praxedes. – Como assim? – Peidaram novamente. – “Cuma” – Poxa, outra vez, que mau hálito da bexiga, vou-me embora, xau, despedira-se o pseudo-namorado sem nem avisar a que tinha ido...

Namorar na NET é muito complicado... Todo mundo é bonito, tudo é gostoso, mas se uma mulher está dando “sopa” na rede sem fio é sinal de que não é lá essas grandes coisas, pois se o fosse arranjaria namorado nas ruas por onde passasse... O homem também, rsrsrsrsrs...

Qualquer semelhança é mera coincidência.

Em revisão.