O PRIMEIRO ALÍVIO
A mocinha caipira fez vinte anos.Cabocla bonita, queimada de sol, morena cor-de-canela...Detentora de beleza e muitas prendas domésticas, logo arranjou um namorado: um brejeiro trabalhador que fazia muito o gosto dos pais tê-lo como genro.
Naquele dia, a comida escassa, Rosinha teve que jantar batata-doce.E a fome era tanta e a moça comeu tanto...tanta batata ao pôr do sol...
Mais tarde, chega Zé Gambá com a cabeça molhada de extrato Dirce, uma espécie de perfume barato vendido em mercearias dos vilarejos.
Chegou, assentou e calou-se ...
Ele era um rapaz de poucas palavras. Mais de ouvir do que falar, e ouviu:
Pum...pum...ô alívio!Pum...pum...ô alívio!...
A mãe amarelou... esgueirou-se na penumbra da lamparina e avisou à filha que o namorado chegara. Ela apareceu meio envergonhada, meio sem jeito.
— Faz horas que você chegou?
— Sim, desde o primeiro alívio...