Prosseguindo na atividade do Coronel Dirceu Pimpim, seu avô materno, o cearense Antônio Ulisses trabalhou por muitos anos na corretagem de algodão e oiticica no antigo prédio de calçada alta localizado no início da Rua dos Perus em Várzea Alegre.
Comprando o algodão ainda na “folha”, antes da colheita, Antônio Ulisses recebia frequentemente em seu escritório agricultores interessados no negócio. No entanto, como a organização nunca foi o forte do corretor, sempre lhe faltava dinheiro miúdo para antecipar ao agricultor a exata quantia negociada. Para “trocar” o dinheiro se valia do conhecido comerciante e amigo José Gonçalves, Zé Manga Mucha, dono de uma movimentada “bodega” localizada bem próxima ao escritório de compra e venda de algodão.
Numa dessas oportunidades, no início da década de oitenta, Antônio Ulisses foi procurado por um produtor e negociou a compra de algumas arrobas do ouro branco. No mesmo instante, o corretor chamou o ferreiro Chico Basil e disse:
- Chico, vá ali rapidin em Zé Manga Mucha e peça para ele trocar cem mil cruzeiros pra mim.
O amigo Chico Basil estranhou porque Antônio Ulisses não lhe entregou nenhum dinheiro, mas mesmo assim foi até o comércio. Ao ouvir o recado, com a budega cheia de fregueses, o experiente comerciante Zé Manga Mucha deu o dinheiro trocado ao mensageiro, porém observou:
- É danado! Tou no balcão desde minino. Mas é a primeira vez que troco dinheiro fiado.
Colaboração: Francisco Carlos Pinheiro