Desde que, no ano de 1906, em Paris, o brasileiro Santos Dumont apresentou o seu 14 Bis, o homem não mais parou de voar. Com o desenvolvimento da aviação comercial, o transporte aéreo se apresentou inicialmente como uma opção restrita e de luxo. Pelo seu altíssimo preço, a grande maioria da população não tinha acesso ao meio de deslocamento rápido e eficiente.
A extensão Brasil e a precariedade de outros meios de transporte fizeram com que a aviação comercial alcançasse uma expansão excepcional no país. O cearense do sertão, que por muitas décadas viajou para o sudeste em desconfortáveis caminhões pau-de-arara, passou a contar com a rápida opção dos aviões.
Na década de noventa, a varzealegrense Dalva ganhou uma passagem de avião entre Juazeiro do Norte e São Paulo para visitar seus filhos que moram no sudeste. No dia da ansiada viagem, Carlos Leandro da Silva, conhecido como Carlin de Dalva, se encarregou de levar sua querida mãe até a vizinha terra de Padin Ciço. Observando certo nervosismo na turista, Carlin buscou descontrair a passageira de primeira viagem:
- Mãe, num vá abrir lata de farofa de galinha nem descascar laranja dentro do avião não. Eles dão merenda lá.
Na despedida, quando sua simples e querida mãe se preparava para entrar na sala de embarque, Carlin exclamou:
- Mãe, quem já foi avião!!!!!!!!