Imaginação de Adolescente
Não sei se adolescente ainda é igual ao do meu tempo. Era impressionante a crítica mordaz que fazíamos de nossos queridos professores. Nenhum escapava, mesmo que fosse bonzinho! Acho até que bonzinho era o que sofria mais. Certa feita, na prova de história, tirei nota sete. Não entendi nada, pois havia feito prova pra tirar dez. Reclamando com um colega mais antigo do Colégio, deu-me logo a explicação: “ você deu azar, se você tirou sete é porque sua prova caiu no chão”. – No chão? – É, no chão! Em seguida veio a explicação detalhada. Ele me disse que o nosso Professor de História também era professor de Faculdade e não tinha tempo a perder corrigindo as provas de meninos bobos de ginásio. Usava então o método rápido de jogar todas as provas para o alto, lá na casa dele. As provas que caíam no chão (a grande maioria), a nota era sete; as que caíam em cima da mesa, nota oito; as que caíam na cadeira, nota nove. Nota dez ele não dava pra ninguém, pois afirmava que ninguém merecia dez em prova nenhuma, pois isso era perfeição, o que não existia no mundo. Ah, Bom!