PIRÃO.
PIRÃO.
SÃO BORJA de Vargas e de Jango, tranqüila nas barrancas do Rio Uruguai... Tinha um carteiro que era fanhoso... Chamavam de PIRÃO, e ele não gostava... À tarde depois do serviço, voltava pra casa e passava por um boteco lá perto da balsa... Ali a turma da canha (pinga) provocava:
- Aí PIRÃO... PIRÃO.
Báh; virava fera... Gaguejava, gesticulava, xingava e pedia briga.
Uma tarde; em vez de passar, ELE entrou no boteco... Peito pra frente, braços abertos; parecendo um galo de briga e na cintura enfiado um revolver Trinta e Oito... A turma olhou, trocou olhares... Um pegou o copo, bebeu um gole e passou o copo a outro (gaucho bebe todos no mesmo copo)... Um gozador não se conteve e ofereceu o copo:
- Bebe um trago; farinha e água...
Deu de mão no revolver, cuspiu pra todo o lado:
- His... Histu... Histuhrra hio da huta.
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