Muito antes de a moeda portuguesa se transformar de “escudo” para “euro”, o nosso cruzeiro era altamente valorizado naquela terra mãe, isso nada obstante os preços das mercadorias serem bastante elevados, quase nada os nossos turistas compravam para trazer de lembranças aos patrícios que aqui ficavam.

            Entretanto, somente o fato de viajar à Europa e conhecer as belíssimas atrações que embelezam as paisagens, os campos e as ruas daquele país irmão era qualquer coisa de sensacional, todos queriam empreender essa viagem de recreio, porquanto valia a pena.

            Contam antigos viajantes, numa versão de domínio popular, aqui adaptada, que um brasileiro, desses que por aqui dirigem veículos em alta velocidade e até embriagados, alugara um carro de passeio, de alto luxo, numa loja “Rent a Car” das melhores de Lisboa, e se pôs a dirigir sem ligar pra coisa alguma, nem mesmo para a sinalização.

            Pois bem, num dos trechos mais movimentados lá se vai o sujeito a mais de oitenta quilômetros por hora. De repente, um guarda de trânsito dera um apito e ele teve de parar o veículo, e quase causava um acidente envolvendo vários carros que vinham atrás... Foi por um triz.

            -- Documentos pedira o fiscal, fulo da vida. – Pois não, senhor, respondera, e aí retirou da carteira uma nota de mil cruzeiros, cuja esfinge era do nosso descobridor Pedro Álvares Cabral, e a entregara assim descaradamente, acostumado que estava com esse negócio de dar “toco” que acontece em vários países subdesenvolvidos.

            O vigilante olhou bem a nota, virou-a de um lado, de outro, e resolvera levá-la à chefia da blitz para o seu comandante examinar, deixando o brasileiro meio em dúvida.

            Eis que o guarda luso, de volta, devolve o dinheiro ao motorista infrator: -- Muito obrigado seu Pedro Álvares Cabral, mas da próxima vez reduza a velocidade... E se despedira na maior gargalhada.

Em revisão.