O PORTUGA, A FEIRA E O CENTRO CIRÚRGICO.

E, então, o Português Manuel, com uma semana de Brasil, volta da feira, com as sacolas vazias, e totalmente enraivecido:

Abre a porta aos gritos:

-Maldito Pedro Alvarez Cabral! Ao invés de descobrir esta terra, devia ter colocado mais terra em cima.

Maria do Carmo, a esposa, pergunta-lhe:

- O que aconteceu Manuel, que estás a tremer de raiva? O que fizeram contigo?

E o Portuga responde:

- Maria, Maria!!! Eu bem que insiste, pois não queria vir à esta terra, mas tu és uma jumenta! Lá na nossa terra ( Ai que saudade!) já haviam dito que este povo “ É ligeiro”!

E Maria do Carmo interrompe:

- Fala homem! O que aprontaram contigo?

Ao que responde Manuel:

- Comigo não aprontaram nada! Ah! Se não fosse eu nesta casa! Prestes atenção na esperteza dos Brasileiros, Maria! Eis que estou na primeira banca de legumes a analisar umas cenouras, e o feirante berra aos meus ouvidos:

-” Meia dúzia é cinco! Meia dúzia é cinco.!”

E, Maria pergunta:

...E por que perdestes a calma, Manuel?

Manuel, ainda mais estressado:

- Ah! Maria! Você não pensa mesmo! Ah! Se não fosse eu nesta casa! Mandei o feirante catar coquinho, pois na nossa terra, mais precisamente em traz dos montes, meia dúzia é seis e não cinco. Isso quando não colocam mais uma para agradar o freguês!

E, então Manuel pega o telefone, e disca o 0800 do PROCON, para fazer a denúncia e diz à Maria:

-Aguarda enquanto eles atendem , que eu vou até o banheiro tirar água do joelho!

E, então Maria ouve do outro lado da linha:

-“ Queria ligar daqui alguns minutos, pois nossos operadores estão todos ocupados!”

E, então Maria entre lágrimas de tanta gargalhada, grita para o Manuel:

- Manuel! Manuel! Estás tão descontrolado e fora de si, que pediste para eu ligar para um Centro Cirúrgico!

FIM...

Amarildo José de Porangaba
Enviado por Amarildo José de Porangaba em 02/05/2010
Reeditado em 27/05/2011
Código do texto: T2232453
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