HUMOR – Na delegacia!

 

            Por volta dos anos sessenta, no governo do PTB, Doutor Jango Goulart, cria do Getúlio Vargas, era o presidente da República, e quase não assumia o poder em face de desordens que aconteciam no meio rural, porventura nos moldes do que ocorre nesta época em que o MST é quem manda.

            Aliás, o PT pensa que é maior do que o Brasil, o presidente Lula tem certeza de que é muito maior do que o próprio partido e a nossa nação brasileira juntos... Está acima de tudo e de todas as coisas. Com um detalhe interessante, ou seja, as Forças Armadas pensavam que o Jango, que fora Ministro do Trabalho, era comunista, daí tê-lo afastado do poder, num golpe em 31.03.1964. Depois, quando viram que o pobre não tinha nada de vermelho, a coisa já estava feita.

            Pois bem, as invasões de terras corriam frouxas por parte das famosas Ligas Camponesas, comandadas por um deputado federal comunista atuante. Todavia, também era comum que ricos fazendeiros invadissem pequenas propriedades rurais, a fim de forçar a venda pelo pobre coitado do único bem que possuía afora a mulher e uma prole numerosa. Predominava a lei do mais forte, como sempre!

            Remexendo meus alfarrábios, que são vastos, pude encontrar um caso interessante, contado no domínio público, que numa cidade do nordeste pernambuacano um mini-agricultor teve seu chão praticamente tomado de sopetão pelo rico fazendeiro vizinho, ganancioso ao extremo, cuja finalidade era derrubar tudo e plantar capim para o gado. Produtos de primeira necessidade só quem os produziam eram mesmo os pequenos rurícolas com a mão-de-obra familiar.

            Insatisfeito com essa violência, seu José do Bode compareceu à delegacia e prestara a competente queixa, deixando intrigado o delegado, que era das bandas do Recife. Completamente enfurecido ficara a ponto de mandar intimá-lo imediatamente para uma conversa em dia e horário previamente marcados.

            No dia da audiência o prejudicado chegara com muita antecedência, pois era fiel àquele provérbio: “Quem é coxo parte cedo”. Estava acostumado a acordar por volta das 04.00 horas da manhã, todos os dias. Depois de algum tempo (rico só chega atrasado), adentra o latifundiário no recinto da delegacia, cumprimentando a todos com aquela educação costumeira (?).

            Iniciada a ouvida dos envolvidos, começara a contar seu problema o José do Bode, enquanto o seu rival ficara meio afastado, assim por trás dele e a tudo prestava atenção. Notando que estava perdido, que não havia nada em seu favor, do bolso do paletó puxara um pacote de cédulas de mil cruzeiros e o mostrara à autoridade policial, que assim se pronunciou:

            -- Muito bem senhor José. Pelo que me acaba de contar não há como lhe tirar a razão, seu direito é líquido e certo, mas pelo que eu vejo pode desistir da fazendola... Seu vizinho já ganhou a causa... pegue seus troços e se mande para outro lugar com a indenização que ele lhe dará imediatamente, a seu critério.

            De cabeça baixa o pobre homem foi embora daquele lugar onde nascera toda a geração de seus ascendentes...

Imagem: GOOGLE.

Em revisão.

Qualquer semelhança com pessoas (viva ou morta), fatos e lugares são meras coincidências.

ansilgus
Enviado por ansilgus em 27/04/2010
Reeditado em 27/04/2010
Código do texto: T2223574
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