HUMOR – Plantando bananeira!

 

                O Banco do Brasil sempre fora campeão nesse negócio de financiar a agricultura e a pecuária neste país, dando ênfase aos pequenos agricultores, mas agora tudo está mudado, aliás, desde os tempos em que o Sarney fora presidente da República.

            O pequeno produtor poderia pensar no que quisesse em termos de empréstimos e o banco se fazia presente sem qualquer dificuldade, logo, ninguém precisava desviar dinheiro para outras atividades, até por que poderia ficar impedido de operar caso fosse flagrado no erro.

            Faço muita fé nessa história verídica, bastante humorada:

            Seu Raimundo de Dora era um cliente antigo, que praticava a arte de plantar desde menino, manejava como ninguém seu instrumento (a enxada) naquela agricultura familiar que o governo atual pensa ser o pai da matéria.

            Resolvera ir ao banco e fazer uma proposta para cultivar dois hectares de bananeiras, pois suas terras eram apropriadas para essa cultura, não haveria chances de falhar, as colheitas eram certíssimas, salvo se uma catástrofe descambasse na região.

            Bem atendido pela tropa da antiga carteira agrícola, fizera um orçamento de 400 contos, o suficiente para que levasse o empreendimento a bom termo. Sua propriedade ficava bem à beira da estrada, com fácil escoamento da sua produção, e além do mais dispunha de aguadas suficientes na falta de chuvas.

            A liberação inicial fora de 200 contos, o estritamente necessário para as primeiras despesas, compra de filhotes, plantio, limpas, etc. Depois de esgotada essa quantia deveria ele comparecer para levantar a segunda parcela como sem falta.

            Pois bem, nunca mais o freguês voltara ao banco, e como era cliente tradicional não fora enviada qualquer fiscalização a sua roça, isso até que a dívida vencera, fato que obrigou o gerente a mandar um preposto para saber do que estava ocorrendo com aquele freguês.

            -- Bom dia senhor Raimundo, falara o fiscal. – Bom dia dotô, respondera.—Sabe, senhor, o pessoal do banco está peocupado com o seu caso...afinal fez um empréstimo 400 contos, trouxe 200 e nunca mais voltou nem pra levantar o resto e nem para liquidar, pois está vencida a dívida...o senhor tem algo a dizer: -- Num istô intendendo nada dotô, me admiro vossiscelência.– Como assim? – Ora, eu num tumei quatrucento, num truve duzento? – Exatamente. – Então o banco tá doido... é só pegar os duzento que ficaro lá e pagar os duzento que eu truve...

            A gargalhada soou gostosamente.

 

Republicado.

ansilgus
Enviado por ansilgus em 23/04/2010
Código do texto: T2214092
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