PAPO DE SEGUNDA FEIRA
Bem cedo, na lanchonete, 3 homens a conversar.
Um deles, meu dileto marido paciente ouvindo os queixumes e devaneios do domingo, 'apiando', respectivamente - um da moto Honda "zero" o Mineirinho e Tuim do cavalo pampa, barba e cabelos brancos - somos primos... - no bate papo revelaram.
Senti, do Tuim olhar quente; esperando o meu por certo, e já não é primeira vez. Certamente não será a ultima, mais olhar não tira pedaços, e me lembra: ainda estou viva!
Impor respeito é fácil, mais as vezes te confesso - tenho que mostrar minhas esporas!
Participo então da prosa, e quando cruzo com ele, o olhar é meu cizo, que ele vê, desconsertado, sem jeito coça a barba e se cala, e se ajeita na cadeira.
Um deles falou "daquela", de outro texto,,já publicado, "FALANDO DA VIDA ALHEIA!", e diz que também, "esteve lá!"
Chegou o desavisado, aquele por "aquela" apaixonado, seu Tuim, não teve dúvidas e do alto de tanta, experiência coçou a barba e concizo avisando ao pobre incalto daquela moça, se afastar!
Imendando, a tal conversa, o primo falou da vaca, por quem Tuim chorou. Suponho que alí tinha prosa!, barranqueado talvez!
Fiquei sem saber ao certo; era mesmo uma vaca, ou a vaca era, "aquela?".
Ao mesmo tempo um quarto cidadão que alí chegara,
atravessando a prosa, chorava a viuvês...um mês faz, que minha esposa morreu, pressão descontrolada, por certo assim o doutor escreveu... mais e a vaca morreu mesmo?
De que morreu o animal, perguntou-lhe meu marido - e o Tuim chorava e chorava e em meio choro doído, zeloso combalido, Mineirinho, com ar sofrido, informou o preço do animal.
Antes tragou um gole do conhaque preferido, e solenemente informou
comeu lixo a coitada... de raça, o organismo não suportou, era o animal mais caro, dentro do meu plantel!
Um instante de silêncio, e já no final daquele dia a dor se tinha curado, anestesiando por certo entre tantos outros tragos.