Em época não muito remota, conta-se que, aqui no Brasil, as mocinhas da sociedade mais favorecida pela sorte eram obrigadas pelos pais a estudar piano, esse instrumento que ao longo do tempo permanece firme e muito utilizado na música, especialmente naquelas clássicas, mas não fica restrito somente a isso, pois a depender do pianista ele pode ser utilizado em qualquer rítimo.

            Mas esse instrumento, de teclado e pedais que acionados emitem sons, fora praticamente disseminado por volta de 1711. Dali em diante quase todos os compositores o uilizaram, especialmente na música ocidental, quer para o desempenho solo seja para acompanhamento. Tornara-se muito popular para a arte de compor. De preço elevado e sem existir na modalidade portátil, o piano sempre fora um instrumento versátil, daí tendo originado sua proliferação pelo mundo.

            Deixando de lado a digressão inicial, remete-me a mente para uma história deveras engraçada que ocorrera aqui pelas bandas de Jaboatão dos Guararapes pelos idos dos anos sessenta, fase boa dos senhores de engenho de açúcar.

      Pois bem, esperando seu noivo para matar a saudade que invadia seu peito, a menina Andrea sentara-se ao seu piano e começara a executar músicas daquelas iniciais que aos aprendizes são ministradas às primeiras aulas, notadamente para meninos dormir e cantigas de roda:Ora palma, palma, palma. Ora pé, , . Ora roda, roda, roda. Caranguejo peixe é..”.

            Animada, e com aquele porte exuberante de misse que era, ela ao mesmo tempo em que se exercitava no instrumento soltava uns puns sonoros, de certa forma estridentes, resultado da feijoada que almoçara naquele dia, e não estava nem aí, apenas dizia: -- Ai que alívio... Aí que alívio, aí que alívio. Essa expressão era mais rápida na medida em que a metralhadora disparava. E proseguia célere naquela prática tão salutar à formação do caráter das pessoas.

            De mansinho seu noivo chegara. Sem querer atrapalhar sua bela noivinha, educado que era, ficara em pé ao lado da porta de entrada e pôde presenciar aquele espetáculo gracioso e original, mas em nada se pronunciava, era só ouvidos.... e nariz, claro.

            Foi que a Andreia sentiu uma presença não muito estranha naquela sala, e quando se virou teve uma surpresa que a deixara bastante nervosa, indignada com si própria. – Que vergonha, meu Deus, falara... você está aí desde quando meu querido (?) perguntara. – Cheguei há pouco tempo, penso que desde o primeiro alívio, respondera.

            Gargalhadas soltas... E foram namorar.

Imagem: GOOGLE.

Domínio público com adaptações.

Em revisão.

Vem aí: Na estrada (II).

ansilgus
Enviado por ansilgus em 20/04/2010
Reeditado em 21/04/2010
Código do texto: T2208499
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