O HOMEM QUE ENGANOU O DIABO
A HISTÓRIA NÃO É DE MINHA AUTORIA, PORÉM CONTO-A A MEU JEITO...
Naquela noite não dormira bem pensando nas estórias que ouvira em torno do fogão de lenha. E dentre as estórias ouvidas a de fazer pacto com o diabo e ficar rico mexeu com a cabeça de Jorginho. Acordou e passou o dia todo matutando a tal estória do pacto.
Jorginho era de família muito pobre e vivia trabalhando para ajudar em casa. Seu sonho era melhorar de vida, poder estudar e se formar. Mas como? Só se ficasse rico! E a única forma de enriquecer era o tal pacto com o coisa ruim, o tinhoso...
Em uma sexta-feira 13 Jorginho levantou-se decidido e foi a um lugar chamado Pedra do Lençol. Lá chegando foi gritando o coisa ruim:
_ Oh! Diabão! Oh! Coisa ruim! Lulu cadê ocê?
E de tanto chamar não é que o tinhoso apareceu mesmo. Surgiu de um monte de fumaça cheirando enxofre e foi logo respondendo:
_ Chamou-me?!
_ Sim senhore. Eu quero fazê um pacto com ocê. Quero fica rico.
_ Mas você é muito novo, pode trabalhar, não?
_ Se eu quisesse trabaia eu não tinha chamado ocê.
_ Vejo que você sabe o que quer. Mas você sabe da condição para ficar rico, não sabe?
_ Sei sim, tenho que te dar a minha arma.
_ Isso mesmo, gosto de trabalhar com pessoas inteligentes. É só assinar aqui, por favor.
Assinado o contrato o diabo foi-se embora e Jorginho voltou para casa. Quando amanheceu a vida de Jorginho já começara a mudar. As galinhas dobraram a postura, o feijão tinha dado tanto que podia ser vendido para fora. Os leitãozinhos cresceram de tal maneira que já podiam ir para o abate. As abóboras cresceram tanto que até pensaram em mandar algumas, se não todas, para o seminário. Tudo no sítio ia bem a ponto de deixar de ser apenas um sítio e se tornar uma enorme fazenda.
Os pais de Jorginho ficaram milionários com os negócios da fazenda e Jorginho pode estudar. Estudou, se formou, casou, trabalhou e continuou rico. Até que um dia ouviu a porta bater em plena madrugada. Era o diabo com o contrato na mão.
_ Boa noite, lembra-se de mim?
Jorginho esfregando os olhos respondeu:
_ Lembro sim. O que você quer mesmo?
_ O prometido, como no consta no contrato.
_ Ah! Sim! Tudo bem, espere um pouco. Daí a alguns instantes voltava Jorginho com um trabuco* nas mãos.
_ Taquí o meu trabuco. Indignado o diabo foi falando:
_ Como meu trabuco?!
_ Ué, não é o nosso trato? Leia você mesmo.
Confuso o diabo relia atentamente o contrato assinado naquela noite de sexta-feira 13 na pedra do Lençol:
Eu, Jorginho Amadeu Tendal, prometo dá a minha “ARMA” pro coisa ruim caso eu fique rico.