Pequeno deslize

Estava eu a contabilizar meus vexames que só nessa viagem já era o terceiro ,já estava me acostumando e resolvi relaxar.Tomei o café me deliciando com as coisas inusitadas que me aconteceram , lembrei que antes mesmo de embarcar de Recife para Lisboa, fui alvo de risos incontidos na fila da alfândega.

Nosso grupo já havia feito o check-in e estávamos todos na fila para nos apresentar ao policial federal com nossos passaportes na ante sala de embarque.A fila andava a ritmo lento e as conversas animadas , malas espalhadas por todos os lados.Eu sempre carrego as minhas junto a mim , nunca as ponho no chão, mas a minha incauta companheira , teve a infeliz ideia de por a dela no chão, à minha frente e com o andamento da fila, mudei a passada e desequilibrei , vindo a cair com mala e tudo que carregava junto a mim ,no meio daquela gente toda.

Veio ao meu auxilio um vigilante muito gentil me perguntou se estava bem e se precisava de alguma coisa. Minha resposta aquela amabilidade foi inesperada:

- Quero dizer um palavrão enorme , disse isso por pura revolta da companheira descuidada. O rapaz conteve o sorriso e me encaminhou ao começo da fila, pedindo ao policial que me atendesse logo, em virtude do contratempo.

Momentos depois atravessei contrariada e aliviada ao mesmo tempo a sala de embarque em direção ao banheiro, lá fui verificar o estrago nos joelhos, que embora doendo não apresentavam nenhum ferimento.

Me doía de verdade era a alma, de vergonha, afinal eram muitas as testemunhas do meu tombo .E que tombo!!!

Tercia Medrado
Enviado por Tercia Medrado em 12/04/2010
Reeditado em 25/11/2012
Código do texto: T2192519
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