Diariamente os noticiários policiais mostram trágicas histórias de assassinatos motivados por dívidas. Em muitos casos, são irrisórios os valores envolvidos nas discussões que dão causa aos violentos crimes.
Certo dia, na pacata Várzea Alegre, sertão cearense, o agricultor aposentado Zé de Lula encontrou seu amigo e contador Demontiê Batista e, com ar sério, falou:
- Tiê, tou devendo sete real no bar de Buzuga. Por amor ao nosso padroeiro São Raimundo, me arrume dois real pra pagar e evitar uma morte.
- Zé de Lula, porque só dois reais se você deve sete? – Retrucou o preocupado contador.
- É porque Buzuga desce a ladeira do Gibão* muntado numa bicicleta na maior carreira. Quando me vê solta o guidon e com as mão me mostra sete dedos. Cinco numa e dois noutra. Quero pagar dois pra mode ele desocupar uma das mão e agarrar no guidon.
* sítio localizado próximo da sede do município de Várzea Alegre
Colaboração: Kleber Dakson Fiúza(Manin de Saraiva)