Nomes contraditórios
Há tempos conheci um Cortez que era a descortesia em pessoa, um Grosso que era educadíssimo, uma Gentil que era pura rispidez, um Cançado que era incansavelmente agitado, uma Linda que era feia de doer, uma Branca que era reluzentemente negra, um Fortes que era quase raquítico, um Honestino que era a falsidade personificada, uma Remédios que vivia doente, uma da Graça que era a coisa mais sem graça do mundo, um Valente que era medroso à beça, um Severo que era piadista irreverente, um Pontual que vivia se atrasando, um Firmino que estava sempre cambaleante de bêbado e, finalmente, um Divino que era ateu radical.
Eu me pergunto se isto seria resultado de alguma lei de compensação ou seria espírito de contradição... Ou seria, ainda, o destino que é um humorista impiedoso?