DOIS GAGOS ... UM BÊBADO!

DOIS GAGOS... UM BÊBADO!

Não sei se ocorre em todos os lugares. Pelo menos por aqui foi sempre assim. Os proprietários das fábricas de cachaça adoram contratar alcoólatras pra trabalhar em seus alambiques. Se o cara já gosta de encher a cara, imagine trabalhando na toca da onça, ninguém suporta seu bafo.

Há tempos trabalhavam juntos no corte da cana e na fabricação de cachaça, aqui no Engenho, dois companheiros, cada um mais gago que o outro. Um deles conhecido pelo apelido de Duil, o outro cascavel. O primeiro gostava da branquinha, mas nem tanto como o segundo. Escalados pelo patrão Duil foi ajudar no transporte da cana, e cascavel ficou no alambique faxinando o local onde ela seria despejada. Gago pra caramba ele detestava ser imitado pelos outros, vez por outra, partia pra briga se alguem o imitava.

Geralmente tem aqueles elementos que gostam de ver o circo pegar fogo. O motorista do caminhão era um dos mais incendiários na arte de jogar lenha na fogueira. Ao chegar com o caminhão carregado, bem na entrada estava o cascavel enrolado. Aproveitou a torneira de uma dorna de pinga a sua disposição e encheu a cara. Logo o motorista autorizou Duil a descer e retirar o companheiro, que estava piruetado, pra lá de Bagdá. Obedecendo Duil abordou o colega – k k k k a a a a a as k k k vél sacudindo o companheiro e repetindo a aquela fala. Cambaleando, cascavel se levantou e começou também k k k k k k k xo xo xo xorro ni ni ni nin guém mi mi mi re re re me me da não!Ja já ja vi vi vi viu!

Não reconheceu o colega, entendeu que ele estava imitando sua gagueira. Partiu pra cima dele, incentivados pelo motorista, se atracaram quando conseguiram apartá-los, estavam os dois cheios de escoriações e hematomas.