A PROFESSORA CHEIA DE GASES

Pobres professoras mineiras que trabalham para o ditador Aécio Neves. Trabalham como mouras em escolas sucateadas e ganham salários aviltantes. Além de seu trabalho normal, levam trabalho para casa e ainda têm que organizar festas juninas, almoços, para ajudar nas despesas das escolas, cujas verbas nunca são suficientes. Dias antes, os professores estaduais fizeram uma manifestação pacífica em direção ao Palácio da Liberdade reivindicando aumento salarial, que continua o mesmo há anos. O governador ordenou a policia militar que impedisse e dispersasse os manifestantes, numa clara manifestação de despotismo. Ele era um pretenso candidato a presidência da república. Graças a Deus, desistiu. Também agüentar Lula por oito anos e depois Aécio Neves mais quatro, é brabo. Ninguém merece.

Em uma escola pública, o cardápio era canjica, das boas, temperada com canela e muito amendoim torrado e moído. A professora não resistiu: meteu os peitos, quebrou o regime. Tomou vários pratos e ainda pediu a serviçal para rapar o tacho. Logo depois do recreio, veio o efeito colateral: flatos, gases, peidos. Ela escreveu o dever de casa no quadro e ficou circulando entre as carteiras dos alunos, para ver se distraia o intestino. Mas vinham aqueles gases incontroláveis, ela suava e trancava, para ver se não saia. Abriu a porta e ficou em pé no meio dela jogando os gases no corredor. Estava perto da carteira do Afonsinho que copiava o dever. Em dado momento Afonsinho perguntou:

-Falou comigo, Fessora?

-Não, não falei nada não...

-Engraçado, Fessora, escutei alguém falando baixinho:

-Aaafoooooooooooonsoooo...

* * *

HERCULANO VANDERLI DE SOUSA
Enviado por HERCULANO VANDERLI DE SOUSA em 11/03/2010
Código do texto: T2132064