UMA CÔMICA TRAGÉDIA GREGA!
Finalmente havia chegado o dia D!
A viagem estava programada há quase um ano e elas se encontravam há poucos instantes de embarcar para o voo dos sonhos, que as levaria para a Turquia e de lá, seguiriam para um cruzeiro pelas ilhas gregas, e de sobra ficariam mais um dia em Madrid, bônus que apenas elas haviam recebido da agência de turismo, diferentemente dos demais do grupo que das ilhas voltariam para o Brasil.
Deveras o sonho de muitos e uma conquista de poucos!
Nunca haviam saído daqui, porém tudo parecia mais que ajeitado para que o roteiro corresse sem maiores problemas.
Não falavam absolutamente uma palavra que não fosse o português, contudo, nada que um bom "portunhol" não resolvesse por esse mundão afora.
Felizes da vida nem se chatearam com o fato da mala de uma ter sido entregue dois dias depois, e a da outra ter "quebrado pelos serviços dos aeroportos.Esses "percalços turísticos" acontecem com todo mundo, condescenderam.
E foi então que depois de alguns dias no paraíso tão exótico da Turquia, rumaram para o mar, sob o belo sol das ilhas gregas.
Assim que adentraram o navio seus respectivos cartões de crédito foram "surrupiados" pelos recepcionistas para que ficassem disponíveis para quaisquer eventos financeiros que ocorressem lá dentro e embora já tivessem feito todas as compras lá fora, decerto que haveria mais a encantá-las pelos caminhos do mar.
E a viagem prosseguia sem problemas.
No penúltimo dia do cruzeiro veio o aviso de que naquela madrugada as malas deveriam ficar no corredor horas antes do desembarque para que os mensageiros as recolhessem, como de praxe.
Já prontas para dormir, resolveram colocar as malas no corredor, quando a porta da cabine fechou com o cartão magnético da porta lá dentro, deixando-as trancadas para fora, no luxuoso corredor do navio...de camisolas!
Ao menos eram camisolas "comportadas", consolaram-se entre si.
Mas, acontecia uma festa na boate ao lado da cabine e as pessoas com "trajes de gala" passavam por elas sem entender o que acontecia.
Nem uma palavra era sequer suficiente para que alguém as socorressem, embora tudo parecesse óbvio,e para acessar o hall do navio para o pedido de socorro teriam que atravessá-lo no modelito "festa do pijama".
Até que um funcionário que recolheria as malas as socorreu no meio da madrugada.
Na manhã seguinte, muito sonolentas, pagaram as contaas com os cartões e já desembarcadas em terrra firme, com poucas moedas em espécie, precisaram do crédito num restaurante em Madrid.
Até hoje não conseguiram entender, nem elas e nem o garçon do restaurante, o que de fato aconteceu com os seus cartões no navio: ambos ficaram bloqueados até chegarem no Brasil.
Então pagaram a conta em dinheiro e se viram em apuros reais: o grupo já tinha embarcado de volta e elas ainda ficariam ali por mais um dia.
Agora com apenas sete dólares na mão e dois cartões bloqueados, não havia ninguém absolutamente para ajudá-las! Tentram pedir alguns trocados.
Foram para o hotel e tentaram explicar.Perceberam que todos as tinham como possíveis estelionatárias.
Sem dinheiro para o transfer, foram para o aeroporto de metrô, com toda a bagagem e as compras que não conseguiam carregar! Nem um cavalheiro solícito naquela hora.Aliás contam que no trem todos pulavam suas bagagens e as olhavam de cara feia!
Na plataforma do metro, uma delas tropeçou na mala e ficou estatelada no chão, por cima da bagagem , exatamente quando perceberam que tinham desembarcado na estação errada...sem nenhum tostão! O voo prestes a partir! Nem assim alguém se compadeceu delas!
Com muito custo chegaram ao aeroporto e embarcaram de volta já em cima da hora, há poucos segundos da decolagem da aeronave, sem terem conhecido nada de Madrid.
Aqui no Brasil os dois cartões funcionaram como se nunca tivessem protagonizado uma cômica tragédia pelas ilhas gregas!
Nota :
Este fato é verídico e não sei se consegui relatá-lo com o humor que me despertou quando me contaram a história.
Sirvo-me dela para alertar a quem vai fazer cruzeiros fora do Brasil, de que utilize um cartão apenas para o navio, ou se valha de moeda em espécie para os custos durante o cruzeiro. Prevenir tragédias é o nosso dever de sempre.