BIN LADEN EM BELÉM

Sérgio Martins Pandolfo*

Governo Bush, no aceso da guerra do Afeganistão, e fugindo dela, Osama bin Laden vem para Belém, esconder-se, cabelo e barba rapados, trajando à ocidental.

Renal crônico (insuficiência), necessitando de constantes sessões de hemodiálise, dirige-se ao Hospital de Clínicas “Gaspar Vianna” (referência nessa área no Pará) para tal e recebe a ficha nº 5. Sai o quarto paciente e o atendente diz em voz alta: o próximo! Bin não entendendo o português, o paciente ao seu lado, legítimo cidadão de Cametá (a mais “francesa” das cidades parauaras) responde, solícito, apontando-o: é este MUÇU, MANO. Bin treme e pensa: reconheceram-me! O atendente faz um sinal, chamando-o, e ele entra no consultório apontado, mas logo sai. O cametaense, surpreso, pergunta: ACABU? Bin engole em seco, soluça. O atendente, percebendo que ele havia esquecido a ficha com as anotações para a sessão, aponta o balcão e diz-lhe: vá BUSHcar bin ali com seu Torres. Geme o Bin e cai.

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(*) Médico e Escritor. ABRAMES/ SOBRAMES

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