A Cultura da Garçonete
Deslumbrado com a beleza do rio, fico ali contemplando suas águas paradas, como se fossem de uma lagoa, pois não havia correnteza. Ao pedir algo para beber, vem-me a curiosidade de perguntar à garçonete a direção da foz, com a intenção de saber para que lado estava o mar. Ela simplesmente respondeu: “Sei não”. Formulei outra pergunta, ainda com a mesma intenção. Perguntei para que lado corriam as águas, já que naquele momento estavam paradas. Ela então respondeu: “Depende, ora pra cá, ora pra lá, de acordo com a maré”. Ao tempo em que já imaginava fazer outra pergunta, um vizinho de mesa mata a charada. Pergunta-lhe para que lado fica o encontro do rio com o mar. Ela, prontamente, responde: “Para aquele lado”. E a ponta a direção. E eu, na minha santa ignorância, fico me culpando por ter usado o termo “foz” que ela desconhecia.