Eita vida danada!
Eita vida danada!
Vanderli Granatto
Eita vida danada!
De bom não sobra nada.
A fatia fatiada
é o pedaço que causa,
a encrenca que vem do nada.
É nada a receber é o nada pra dar,
na vida malvada, que tudo está a faltar.
Falta uma fatia fatiada do inteiro,
que por direito tinha, do pedaço, pra se ganhar.
Eita vida danada!
De bom não sobra nada.
É o sol causticante, queimando
É a chuva inundando
É vento devastando
É o furor do inesperado,
que é esperado pelo ponto
que converge, do tudo modificado.
Eita vida danada!
De bom não sobra nada.
É um rio de desesperanças,
entre as esperanças do nada.
E desce e sobe as ladeiras
E corre, corre nas corredeiras...
Nunca se alcança o que se almeja
E o que se almeja
é o pouco, um nada, da fatia
que caberia no pedaço que falta,
pra se alcançar,
o inteiro como convém.
Eita vida danada!
Daqui nada se leva,
Aqui nada se tem.
E se tem uma fatiazinha é porque
o inteiro foi dividido em pedaços
e o pedaço em fatias fatiado.
O fatiado que é a encrenca,
que vem do nada do inteiro,
que tinha-se o direito de ganhar.
Eita vida danada!
De bom não sobra nada.
Sorrir ou chorar?
O que importa é sempre
saber se levantar,
das quedas que a vida dá.
E não dá para fazer nada,
de uma fatia fatiada,
do bolo da vida que embolou,
nessa enrascada, muito engraçada,
misturada com o sopro
de uma safada risada e boa uma gargalhada,
que é pra se desenroscar o que anda enroscado,
na vida que anda tão enrolada,
por causa da fatia fatiada que é um nada.
Eita vida danada!
Vandeka
29/12/2008
Botucatu/SP