Máscara de Carnaval
Não sou um Jânio Quadro, mas posso dizer que “fi-la” com papelão e uma fita elástica para prendê-la ao rosto. Fiz os furos para os olhos, o nariz e a boca, e ainda pintei com carvão o que seriam as sobrancelhas, o bigode e a barba. Fui ao espelho e achei que estava realmente assustadora não só para crianças, mas também para qualquer adulto que encontrasse pela frente. Com cerca de 6 anos de idade, morando na área rural, a casa vizinha ficava em torno de um quilômetro. Dirigi-me para lá, com o intuito de assustar algumas crianças. Ainda no meio do caminho, avisto um senhor idoso, com um bornal a tiracolo e um machado sobre o ombro. Achei que podia fazer medo a ele. Escondi-me por trás de uma árvore para surpreendê-lo quando passasse ali em frente. Fiquei ali na espreita, esperando a hora do grito. Quando ele se defrontou com a árvore, pulei para o caminho e, com a voz de fantasma, gritei: “eu sou o mascarado, vou te pegar...!!!” – Ele, de pronto, ergueu machado e disse: “E eu vou te matar...!!!”.
Eu, assustado, pensando que aquilo fosse verdade, gritei: “não, não, sou eu, sou eu”. E puxei a máscara com toda força, para mostrar a minha cara. Resultado: a máscara se rasgou e nem fui mais assustar as crianças. O susto maior foi o meu mesmo, com medo daquele machado apontado para mim.