A AMANTE SEM PERNAS
O homem nasce caçador;
Sua alma é predadora;
É um animal bravo e feroz;
Imagine tudo isso, na condição de menino!
Sem tino, sem prumo e raciocínio.
Não viu, não aprendeu;
O que apareceu comeu.
Caça de tudo, vaca, ovelha, jumenta e caprino.
Esse incrível e inteligente animal Lemuriano,
Que está sempre destruindo para melhorar na reconstrução,
Descobre que há caça em melhor situação,
Sem carrapatos e sem coices, e que dá beijos de satisfação.
Caçador implacável, sempre à busca da “refeição”.
Trocando de campo, continua a caçar,
Uma aqui outra acolá, e sempre em busca de melhorar;
Num canto do lugar, onde buscava encontrar;
Deparou-se com uma deusa que em sua cadeira de rodas
Cantarolava para as mágoas afugentar.
Furtivo caçador, conseguiu se aproximar
Com a fragilidade da dama, foi fácil conquistar,
E também cantarolando, a sua cadeira foi empurrando
Conduzindo-a para um lugar, onde pudesse lhe amar
A deficiência da "madame" só emoção vinha acrescentar
Na hora de copular, os “cotocos” das pernas
Nas suas costelas a roçar,
Provocava agonias, que na gargalhada caia
E pelo chão, em frenética emoção se espojavam.
Quando tudo acabava, para a cadeira retornava;
Ele com cara de bom cristão a cadeira saía empurrando,
E por onde passava todos diziam:
Que belo gesto deste menino, que esta “pobre” auxilia
Sem nada lhe cobrar!