BOM SENSO

Mônica andava muito desconfiada do marido. Ele sempre chegava tarde da noite, contrariando a rotina de homem caseiro. As saídas noturnas e a demora em regressar, davam-lhe a certeza de o seu companheiro ter arranjado uma amante.

Assim desconfiada, ela aguardou o marido, doutor Roberval, sair de casa, e o seguiu. Viu perfeitamente quando ele parou o veículo e, com delicadeza, abriu a porta para Bárbara, uma loura extremamente sensual, entrar e trocarem um leve beijo.

Mônica voltou para casa arrasada e jurando vingança. Assim que o seu marido voltou, partiu para cima dele gritando e o mandando para fora de casa:

- Suma daqui, seu vagabundo, ordinário, não quero mais saber de você! Vá embora!

Calmamente o doutor Roberval, bastante seguro de si, respondeu:

-Tudo bem, Mônica, vou embora agora mesmo, vou para a casa da Bárbara. Porém, você não mais terá, cartão de crédito, carro, plano de saúde, nem dentista. Se quiser alguma coisa, terá de trabalhar, tudo o que você tem agora será dela - e acrescentou: pense bem. Vou sair e, quando voltar, levarei as minhas coisas.

Mais tarde ele voltou e encontrou a mulher extremamente calma, a qual foi logo lhe dizendo:

- Olhe querido, pensei melhor e lhe perdoei; afinal quem não erra nesta vida?

Sorridente o marido disse:

- Muito bem, Mônica. Você agiu com sabedoria, mostrou a mulher inteligente que sempre foi. Tomarei um banho e você troque de roupas. Vamos jantar fora.

Meia hora depois, o casal estava jantando numa churrascaria, quando viu o doutor. Hermes entrar de braços dados com uma loura elegantemente vestida e bem mais nova do que o seu companheiro.

Imediatamente Mônica perguntou ao marido:

- Meu bem, aquele não é o seu amigo doutor Hermes?

-É sim, querida, e aquela é a Elizabete, sua amante e secretária.

Mônica franziu a testa e respondeu:

- Cruzes! Que péssimo gosto! A nossa é muito mais bonita!