A voz misteriosa do rio
Este é um conto que um amigo meu, o Anésio, me segredou há mais de 15 anos quando trabalhávamos juntos numa oficina de manutenção, ele na solda elétrica e eu no torno mecânico (igual ao Lula).
Ele jura de pés juntos que aconteceu de verdade. Eu duvido, mas é melhor não abusar, afinal existem coisas que até Deus duvida!
Disse-me ele que costumava pescar no Mato Grosso, terra do nosso amigo do Recanto, o mestre Ricardo Sérgio (RSérgio), onde visitou os rios em todas as temporadas de pesca por cerca de 10 anos seguidos.
Uma vez, num dia que resolveu ir sozinho para a beira do rio, este estava cheio e com correnteza forte, devido a chuva da véspera. Sentado, do lado de um garrafão de aguardente, um facão e de uma cesta para os peixes (cesta de um metro e meio, pois ele se dizia “pescador dos bons”), dava para escutar até o barulho dos pernilongos voando de tanto silêncio que fazia.
Em dado momento disse ele que começou a ouvir uma voz bem fraquinha e olhou para os lados querendo saber quem se aproximava, já passando a mão no facão. Não viu ninguém, mas a vozinha persistia.
Saiu então beirando o rio na direção da voz e esta ficou um pouco mais alta. Do que ele entendia era algo mais ou menos assim: Quanto eu “estô”! Quando eu “estô”! E ficava sempre repetindo a mesma frase: Quanto eu “estô”! Quando eu “estô”!
Ficou com um medo enorme, mas gente boa que ele era e corajoso também armado com o facão pensou que poderia ser alguém precisando de ajuda e foi de mansinho em direção a voz.
A voz aumentou de intensidade e ele percebeu que estava bem perto. Seja quem fosse o dono daquela voz que ele agora lembrava já ter ouvido antes, estava próximo a margem depois de uma árvore. Foi pé ante pé e se debruçou enroscado no tronco da dita cuja e quase não pode acreditar no que seus olhos viam.
A água descia forte pelo leito do rio e atrás da árvore, bem na beirada, a correnteza entrava numa saliência redonda entre algumas pedras, formando um pequeno redemoinho. Dentro desse redemoinho se encontrava um disco de vinil quebrado, que girava rapidamente ao sabor da correnteza. Chegou mais perto e viu que era do Roberto Carlos.
E não é que um galhinho da árvore com uma ponta bem fininha estava sobre o disco e tocava somente um trecho da música do rei, e depois pulava quando chegava na parte do disco que estava quebrada!
Pois é, disse ele também que numa graminha perto da margem estava o pedaço do disco que estava faltando. Ele encaixou o pedaço no lugar dele e a música tocou por inteiro:
“Quando eu estou aqui, eu vivo esse momento lindo...”
Ele jura que não bebeu muito naquele dia, e ainda aproveitou para ouvir os dois lados do LP enquanto pescava.
Eis então que o amigo ACAS nos ajudou a desvendar o mistério que envolveu todo o caso! Clique abaixo para ficar mais boquiaberto(a) ainda!
Histórias que os pescadores contam
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http://www.jgcosta.prosaeverso.net/
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Ele jura de pés juntos que aconteceu de verdade. Eu duvido, mas é melhor não abusar, afinal existem coisas que até Deus duvida!
Disse-me ele que costumava pescar no Mato Grosso, terra do nosso amigo do Recanto, o mestre Ricardo Sérgio (RSérgio), onde visitou os rios em todas as temporadas de pesca por cerca de 10 anos seguidos.
Uma vez, num dia que resolveu ir sozinho para a beira do rio, este estava cheio e com correnteza forte, devido a chuva da véspera. Sentado, do lado de um garrafão de aguardente, um facão e de uma cesta para os peixes (cesta de um metro e meio, pois ele se dizia “pescador dos bons”), dava para escutar até o barulho dos pernilongos voando de tanto silêncio que fazia.
Em dado momento disse ele que começou a ouvir uma voz bem fraquinha e olhou para os lados querendo saber quem se aproximava, já passando a mão no facão. Não viu ninguém, mas a vozinha persistia.
Saiu então beirando o rio na direção da voz e esta ficou um pouco mais alta. Do que ele entendia era algo mais ou menos assim: Quanto eu “estô”! Quando eu “estô”! E ficava sempre repetindo a mesma frase: Quanto eu “estô”! Quando eu “estô”!
Ficou com um medo enorme, mas gente boa que ele era e corajoso também armado com o facão pensou que poderia ser alguém precisando de ajuda e foi de mansinho em direção a voz.
A voz aumentou de intensidade e ele percebeu que estava bem perto. Seja quem fosse o dono daquela voz que ele agora lembrava já ter ouvido antes, estava próximo a margem depois de uma árvore. Foi pé ante pé e se debruçou enroscado no tronco da dita cuja e quase não pode acreditar no que seus olhos viam.
A água descia forte pelo leito do rio e atrás da árvore, bem na beirada, a correnteza entrava numa saliência redonda entre algumas pedras, formando um pequeno redemoinho. Dentro desse redemoinho se encontrava um disco de vinil quebrado, que girava rapidamente ao sabor da correnteza. Chegou mais perto e viu que era do Roberto Carlos.
E não é que um galhinho da árvore com uma ponta bem fininha estava sobre o disco e tocava somente um trecho da música do rei, e depois pulava quando chegava na parte do disco que estava quebrada!
Pois é, disse ele também que numa graminha perto da margem estava o pedaço do disco que estava faltando. Ele encaixou o pedaço no lugar dele e a música tocou por inteiro:
“Quando eu estou aqui, eu vivo esse momento lindo...”
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